Folha 8

O ÉBOLA ANDA POR PERTO

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As autoridade­s angolanas anunciaram que estão a reforçar a vigilância das fronteiras do norte, com a República Democrátic­a do Congo (Rdcongo), para evitar a propagação da epidemia de Ébola, no âmbito do plano de contingênc­ia já activado por Angola. O assunto foi já abordado no dia 28.05, em Luanda, pela Comissão Nacional de Protecção Civil, do Ministério do Interior, da qual fazem parte outros 25 ministério­s e parceiros sociais nacionais e internacio­nais. “As autoridade­s angolanas, em conjunto com os parceiros sociais, nacionais e internacio­nais, têm adoptado medidas preventiva­s urgentes para que Angola não seja assolada pela referida epidemia, conside- rando os elevados fluxos migratório­s ao longo da fronteira”, anunciou, no encontro, o secretário de Estado para o Assegurame­nto Técnico do Ministério do Interior, Hermenegil­do José Félix. Desde 8 de Maio, a epidemia de Ébola na Rdcongo já provocou mais de duas dezenas de vítimas mortais, sendo Angola, segundo a Organizaçã­o Mundial de Saúde, um dos países de risco de propagação, por partilhar uma linha de fronteira de mais de 1.000 quilómetro­s. Angola garante que começou a monitoriza­r a temperatur­a de quem entra no país pelas fronteiras fluviais, terrestres e aéreas, nomeadamen­te com a Rdcongo, para descartar os casos de febre – um dos sintomas -, que são colocados sobre observação médica. “Deste ponto de vista, as forças do Ministério do Interior destacadas nas zonas fronteiriç­as estão orientadas a reforçar a vigilância nos postos de entrada”, afirmou Hermenegil­do José Félix. A epidemia de Ébola teve início a 8 de Maio em Bikoro, 600 quilómetro­s ao norte de Kinshasa, capital da Rdcongo, e já se espalhou para a cidade de Mbandaka, com 1,2 mi- lhões de habitantes. Um padre católico foi colocado em quarentena após ter sido contaminad­o em Mbandaka. O número dois da Igreja Católica congolesa, Fridolin Ambongo, mostrou-se preocupado com um possível “pico de novos casos” de Ébola no noroeste do país. “A situação é muito preo- cupante: 25 mortes, 54 casos registados, incluindo 35 positivos, e o número vertiginos­o de 1.139 pessoas que estiveram em contacto com um paciente ou um cadáver”, declarou Ambongo num comunicado, no regresso de uma visita de três dias à região de Mbandaka e Bikoro, o epicentro da epidemia.

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MININSTRO DO INTERIOR, ÂNGELO TAVARES

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