Folha 8

E ENTÃO AS VACINAS?

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Uma nova vacina experiment­al contra o vírus Ébola demonstrou eficácia até seis meses depois de ser administra­da a um grupo de voluntário­s, anunciaram no dia 19 de Junho do ano passado investigad­ores canadianos, num artigo publicado no boletim da associação de médicos do Canadá. Os testes clínicos envolveram 40 voluntário­s saudáveis que foram inoculados com a vacina, e que seis meses depois continuam a apresentar níveis altos de anticorpos contra a doença que tem ressurgido em África. “Os resultados deste teste são positivos e muito promissore­s. A vacina foi bem tolerada pelos participan­tes e não foram identifica­dos problemas de segurança”, afirmou May Elsheriff, do Centro Canadiano de Vacinologi­a, em Halifax. A persistênc­ia do vírus “sublinha a importânci­a de continuar os esforços e colaboraçõ­es que possam levar a vacinas contra o Ébola licenciada­s que possam proteger humanos e prevenir ou controlar surtos no futuro”, afirmam os autores da pesquisa, baseados no Canadá e nos EUA. A febre hemorrágic­a provocada por este vírus é extremamen­te contagiosa e o período de incubação do vírus Ébola é de 21 dias. O representa­nte da Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS) em Angola, Hernando Agudelo, defendeu no dia 24 de Maio de 2017 o reforço da vigilância epidemioló­gica no país face ao novo surto do vírus Ébola na vizinha República Democrátic­a do Congo. “No sentido que o Ébola é uma doença transmissí­vel e altamente contagiosa, não é uma preo- cupação só para Angola, mas para todo o mundo e por isso é necessária uma permanente vigilância epidemioló­gica”, alertou na altura o especialis­ta, em entrevista à Lusa, em Luanda. A notificaçã­o imediata de casos suspeitos, a investigaç­ão de simples rumores da presença da doença e o reforço da vigilância epidemioló­gica na detecção de eventuais sintomas são indicações transmitid­as pelas autoridade­s de Saúde angolanas. Ao leste de Angola, na província da Lunda Norte, chegaram desde Abril do ano passado mais de 30.000 refugiados congoleses, que fugiam dos conflitos étnico-políticos na região do Kasai. Contudo, Hernando Agudelo recordava que entre as duas regiões da RD Congo, Bas-uéle e Kasai, a distância é superior a 1.500 quilómetro­s, pelo que a transmissã­o da doença através dos refugiados que fugiram para Angola não representa­va, no imediato, uma ameaça. “É um local isolado, não há meios de comunicaçõ­es, só de helicópter­o, é mais difícil sair de lá. É necessário estar alerta, não pelos refugiados, mas por alguém infectado ir a qualquer lugar, até porque há voos directos de Kinshasa para Luanda. Mas este é o oitavo surto de Ébola no país e na RD Congo sempre se soube lidar com o problema”, sublinhou na altura o representa­nte da OMS. Aquela agência das Nações Unidas divulgou há um ano que eram necessário­s 10,5 milhões de dólares (9,3 milhões de euros) para dar resposta, nos próximos meses, a este novo surto de Ébola na RD Congo.

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ASSEGURAME­NTO TÉCNICO DO MINISTÉRIO DO INTERIOR, HERMENEGIL­DO JOSÉ FÉLIX
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