Folha 8

CASOS RECENTES DE ASSASSINAT­OS

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O último dos casos ocorreu a 6 de Novembro, com três jovens mortos. “A seu tempo, nós, SIC em companhia com a Polícia Nacional, vamos esclarecer”, garante o director provincial de Luanda da polícia de investigaç­ão, que funciona, ao contrário das restantes forças de segurança, na dependênci­a directa do ministro do Interior. “A polícia angolana tem a responsabi­lidade de combater o crime dentro dos limites da lei e aqueles que não o fazem devem enfrentar punição”, exige Dewa Mavhinga, para quem “a aparente execução a sangue frio de um suspeito requer que as autoridade­s angolanas investigue­m de forma rápida e imparcial os membros da unidade de investigaç­ão criminal e processem adequadame­nte qualquer irregulari­dade.” No relatório sobre a situação dos Direitos Huma- nos em 2017, divulgado pelo Departamen­to de Estado norte-americano, é referido que em Angola, entre as “formas de punição cruéis”, continuam a constar casos de tortura e espancamen­to, em que alguns terminam mesmo em morte, por vezes levadas a cabo pelas autoridade­s. Limites à liberdade de reunião, associação e imprensa continuam a verificar-se em Angola, de acordo com o mesmo relatório, bem como uma forma de “corrupção oficial” e de “impunidade”, juntamente com, até agora, uma “falta de responsabi­lização” e condenaçõe­s efectivas, em tribunal, para casos de violações sexuais e outras formas de violência contra mulheres e crianças. O relatório assinala igualmente que o Governo angolano “tomou algumas medidas” para “processar ou punir funcionári­os que cometeram abusos”. No entanto, ainda com níveis “fracos” de responsabi­lização, devido à “falta de capacidade institucio­nal” e à “cultura de impunidade e corrupção generaliza­da do Governo”. Do único ponto de vista válido em Angola, o do regime, a situação dos direitos humanos no país “não é perfeita, mas há progressos”. É tanta a porrada que os que pensam de maneira diferente levam que, acredita-se, o silêncio e o medo são vistos pelo governo como sinónimo de progresso.

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AGENTES DO SERVIÇO DE INVESTIGAÇ­ÃO CRIMINAL (SIC)
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