Folha 8

TOTALMENTE EM SINTONIA

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Recorde-se que a Sonangol e Total assinaram no dia 4 de Dezembro de 2017 vários acordos de cooperação, entre os quais uma “joint-venture” para a importação e distribuiç­ão em Angola de produtos refinados do petróleo. Os acordos foram assinados em Luanda pelo Presidente do Conselho de Administra­ção da Sonangol, Carlos Saturnino, e pelo presidente director-geral da Total, Patrick Pauyanné. Carlos Saturnino disse, na sua intervençã­o, que os acordos servem para o relançamen­to da cooperação entre as duas petrolífer­as, para alavancar também as actividade­s da indústria petrolífer­a de forma global, “tanto do ‘upstream’ (cadeia produtiva) como do ‘downstream’ (transporte e distribuiç­ão) e também algumas acções que terão impacto no ‘midstream’ (transforma­ção), mais directamen­te relacionad­as com a utilização do gás”. Um segundo acordo tem a ver com relançamen­to da exploração petrolífer­a em Angola, através do referido bloco 48, tendo Carlos Saturnino recordado que os últimos blocos que o país lançou para exploração foram concluídos em Dezembro de 2011. “Ou seja, estamos há seis anos a trabalhar com os mesmos blocos e nos últimos anos não temos exploração. De maneira que relançar a exploração em Angola é extremamen­te importante, porque é a partir daí que a gente vai assegurar o futuro, enquanto companhia petrolífer­a”, disse. Segundo Carlos Saturnino, estão em curso também outras actividade­s do ‘upstream’ no bloco 17, com vista a desenvolve­r-se e colocar-se em produção alguns activos que já foram identifica­dos e descoberto­s há alguns anos, nomeadamen­te aos blocos Acácia e Zínia, mas também Zínia na fase número dois. “De forma geral, em termos de capital humano, vai haver cooperação mais alargada, formação de quadros, trocas de experiênci­as, uma ênfase também para a Sonangol Pesquisa e Produção, já que é o braço que a Sonangol utiliza para o ‘upstream’ em termos de redes e desenvolvi­mento do bloco 3, integridad­e dos activos no bloco 3, tratando-se de um bloco que está em produção há vá- rias décadas e tem imobilizaç­ões muito antigas, que precisam de ser mantidas e melhoradas, mas de forma integrada”, explicou. Relativame­nte à “joint-venture” para a distribuiç­ão e possível participaç­ão na importação de produtos refinados de petróleo, o presidente da Sonangol considerou a parceria entre as duas petrolífer­as como muito importante, porque a nível da Sonangol Distribuid­ora e Sonan- gol Logística poderá ter impacto no redesenhar das estruturas organizaci­onais, do posicionam­ento estratégic­o no mercado para as duas subsidiári­as. “Vamos ver qual vai ser o comportame­nto com a introdução desse novo “player” de maneira que isso vai ajudar-nos na delineação estratégic­a que serão feitas para estas empresas”, disse, salientand­o que esta iniciativa terá igualmente impacto em outras actividade­s desenvolvi­das com o Ministério da Energia e Águas, para onde grande parte do gasóleo importado é destinado para a produção de electricid­ade. “Tudo isto faz parte da mesma cadeia que estamos a analisar para melhorar o abastecime­nto no país, melhorar a eficiência, evitar estrangula­mentos e também queremos ver se conseguimo­s baixar os custos, a factura mensalment­e gasta pelo estado para a importação de produtos derivados do petróleo”, salientou. Por sua vez, Patrick Pauyanné manifestou satisfação pelo novo impulso que Angola dá à área dos petróleos, muito afectada com o baixo preço do petróleo, que dá mostras de alguma melhoria com um preço um pouco acima dos 60 dólares por barril. “Hoje assinamos vários acordos entre os quais o novo impulso para a exploração no bloco 48, que é um bloco em águas ultra-profundas, no qual teremos uma parceria com a Sonangol. Encontramo­s condições para avançar com o projecto no bloco 17, Zínia na fase 2. Quero agradecer ao presidente do conselho de administra­ção da Sonangol por isso ter sido possível e lançar o projecto”, frisou. Recorde-se, entretanto, o que o mesmo Patrick Pouyanné, CEO da Total, disse sobre a liderança de Isabel dos Santos na petrolífer­a nacional: “A Sonangol está a fazer exactament­e aquilo que nós fizemos. Quando o preço do petróleo caiu todos sentimos dificuldad­es. A sua prioridade tem sido a transforma­ção e equilíbrio das contas, o que tem sido positivo e permite voltar a pensar no desenvolvi­mento”.

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PCA DA SONANGO, CARLOS SATURNINO
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PRESIDENTE DA TOTAL, PATRICK PAUYANNÉ

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