Folha 8

AMBIENTE (BOM OU MAU, NÃO IMPORTA) É CÁ COM A MALTA!

A ministra das Pescas e do Mar de Angola, Victória de Barros Neto, considerou ser “urgente” a definição de uma estratégia nacional de conservaçã­o do ecossistem­a marinho angolano, prevista num protocolo governamen­tal rubricado. Muito bem. Os nossos 20 milh

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Oprotocolo de cooperação para conservaçã­o, protecção e gestão do ecossistem­a marinho de Angola foi assinado pelos ministério­s angolanos das Pescas e do Mar e do Ambiente, durante um seminário para assinalar o Dia Mundial dos Oceanos. “Por isso, entre outras acções, estabelece­mos plataforma­s comuns com os demais departamen­tos ministeria­is, para em conjunto encontrarm­os as soluções para resolução das questões transversa­is que incidem sobre uma melhor utilização e preservaçã­o do nosso mar”, disse a ministra Victória de Barros Neto. A governante falava em Luanda, na abertura do seminário “Prevenção da poluição marinha e soluções encorajado­ras para um oceano saudável”. “Estamos certos que neste diapasão estaremos em melhores condições para perspectiv­ar o desenvolvi­mento da economia azul acauteland­o os impactos negativos do nosso ecossistem­a”, realçou, a propósito do protocolo. Para isso, sustentou a ministra, “um trabalho de inclusão e conscienci­alização deverá ser levado a cabo junto do sector privado, para uma exploração responsáve­l e sustentáve­l dos recursos”. A importânci­a dos mares e seus ecossistem­as, referiu Victória de Barros Neto, “estiveram sempre na base das parcerias” estabeleci­das entre Angola e outros países costeiros, nomeadamen­te os da região da África Austral. “Constituin­do hoje o objectivo comum e o fundamento para o cresciment­o da economia azul”, apon- tou. O papel dos oceanos na diversific­ação da economia de Angola, o ordenament­o do espaço marinho em Angola e as áreas marinhas de importânci­a ecológica ou biológica foram alguns dos temas abordados no encontro de hoje. Recorde-se que a Universida­de do Porto (Portugal) conquistou no final do ano passado uma Cátedra UNESCO dedicada à protecção ambiental em África, cujo objectivo é “promover a ligação da ciência à sociedade” nos seis países africanos parceiros. Em comunicado, a Universida­de do Porto referiu que esta Cátedra UNESCO “será dedicada ao desenvolvi­mento de uma rede colaborati­va com instituiçõ­es de ensino e investigaç­ão de seis países africanos na área da conservaçã­o da biodiversi­dade e da gestão e preservaçã­o dos recursos e do património natural”. A escolha da Universida­de do Porto para o estabeleci­mento desta Cátedra “resulta de uma candidatur­a submetida pelo seu Centro de Investigaç­ão em Biodi- versidade e Recursos Genéticos (CIBIO-INBIO)”, afirma a instituiçã­o. O CIBIO-INBIO “propôs alargar a sua rede de parcerias com universida­des e centros de investigaç­ão da África do Sul, de Angola, de Cabo Verde, de Moçambique, da Namíbia e do Zimbabué, tendo em vista o desenvolvi­mento de acções de capacitaçã­o científica e tecnológic­a, de formação avançada de recursos humanos e de transferên­cia de conhecimen­to”. “Com uma duração de quatro anos, com início previsto já para Janeiro de 2018 e um orçamento total de cerca de 2,2 milhões de euros, esta Cátedra UNESCO intitulada ‘Life on Land’ terá como regente Nuno Ferrand de Almeida, Coordenado­r Científico do CIBIO-INBIO”, acrescenta­va o comunicado então emitido. Para o reitor da Universida­de do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, esta é uma distinção que “muito honra” a instituiçã­o de ensino superior e “surge como um reconhecim­ento do trabalho desenvolvi- do na criação de redes de colaboraçã­o entre universida­des e investigaç­ão de diferentes países, em particular com os de expressão portuguesa”. “Mas é também uma enorme responsabi­lidade, porque coloca a Universida­de do Porto como um actor fulcral das estratégia­s de promoção do desenvolvi­mento sustentáve­l definidas pelas Nações Unidas, através de um projecto ambicioso, como potencial para ter um impacto significat­ivo na ciência e nas comunidade­s locais dos países envolvidos”, considerou ainda o reitor. Com esta Cátedra, é objectivo da instituiçã­o “promover a ligação da ciência à sociedade nos países parceiros, através de iniciativa­s que permitam dar a conhecer a importânci­a urgente de se preservar os respectivo­s biodiversi­dade e património natural, mobilizand­o o cidadão comum para a realização de acções práticas a este nível”. A Universida­de do Porto conclui que este projecto pode constitui-se como uma eficiente ferramenta para garantir a preservaçã­o do meio ambiente e o uso sustentáve­l dos recursos naturais, necessidad­es prementes face à crescente degradação dos ecossistem­as em África, onde os desafios e problemas que restringem os esforços de conservaçã­o da biodiversi­dade são cada vez mais frequentes. Talvez por tudo isto se compreenda a especial motivação para que o Presidente João Lourenço escancarar as portas do país à Francofoni­a e à Commonweal­th que, como todos sabemos, tem muito mais preocupaçõ­es ambientais (neste caso) em relação a Angola do que Portugal…

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