Folha 8

DEZEMBRO DE 2008

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Um dos 14 municípios da Huíla, a Matala, registou neste ano movimentaç­ões descritas como fazendo parte dos planos do governo central e provincial para fazer da zona um “pólo de desenvolvi­mento”, um dos únicos na região sul do país. A Matala ganhava vantagem perante outros municípios da província e mesmo da região devido a factores estratégic­os que começaram a ser reunidos desde o tempo colonial, alguns dos quais relançados na segunda metade da década de noventa, depois de anos de abandono devido à guerra Eis alguns dos pontos que deram vantagens à Matala. Nunca foi ocupada pela guerrilha, tendo inclusive servido de posto avançado do comando da Região Sul das Forças Armadas Angolanas. Ai estava colocado do COP – Huíla, o comando operaciona­l, tendo uma base logística própria com estruturas, transporte­s, pessoal e linha de orientação.possuía um dos melhores aeródromos no interior da região (Namibe, Huíla, Cunene e Kuando Kubango), aqui perdendo apelas para Mavinga, Cuito Cuanavale e Jamba. Tinha e tem um clima propício a produção de várias espécies agrícolas, com destaque para cereais e citrinos. Teve durante muitos anos uma indústria transforma­dora de tomate para conservas. Zonas como Capelongo e “Castanheir­a de Pêra” continuam a ser importante­s áreas de produção agrícola. Possui um dos maiores e mais cobiçados (por fazendeiro­s com conexões ao poder) caudais de irri- gação de Angola. Possui a estratégic­a barragem da Matala. A sua estrutura de apoio incluiu expatriado­s de várias origem, com destaque para brasileiro­s, russos e portuguese­s, animando a economia local. Muitos dos expatriado­s vivem na zona anos a fio sem se deslocarem para as suas zonas de origem. Beneficiou da criação de uma estrutura orgânica própria para a gestão do município, em paralelo à própria frágil administra­ção municipal. A SODEMAT teve como gestor Sabino Ferraz, um economista que já foi assessor do presidente da República. Terá sido por sua sugestão que em 2001, no auge do conflito armando em Angola, o chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, reunião o Conselho de Ministros na Matala, naquilo que se chamou na de “Presidênci­a Aberta”. Foi uma das raras vezes em que este órgão se reuniu fora de Luanda. A gestão da SODEMAT foi depois entregue a um engenheiro agrónomo huilano, Luís Arsénio Salvaterra dos Santos, que durante vários anos ocupou o cargo de director da agricultur­a e desenvolvi­mento rural, nos consulados de Dumilde Rangel, Kundi Paihama e Ramos da Cruz.

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