Folha 8

ÁFRICA É MUITO RICA MAS SÓ PRODUZ DITADORES E… RICOS A

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consultora Internatio­nal Strategic Analysis (ISA) considera que os países do continente africano vão manter, em média, um cresciment­o económico abaixo de 4% até 2024, desacelera­ndo face aos 6% ao ano entre 2000 e 2014. “Vergonhoso e um golpe à dignidade” a contínua dependênci­a de África em relação ao ocidente, diz Mo Ibrahim. “Nos 15 anos entre 2000 e 2014, a economia africana como um todo cresceu quase 6% ao ano, com o cresciment­o a ser alicerçado nos preços altos das matérias-primas e pelo grande aumento do investimen­to estrangeir­o, principalm­ente da China e de outras grandes economias asiáticas”, escrevem os analistas. Com o título “Está o tempo a esgotar-se para a economia africana?”, o relatório diz que, “no entanto, as taxas de cresciment­o em grande parte da região caíram de forma dramática nos últimos anos, com a taxa média geral a cair para apenas 2,5% por ano nos últimos três anos, ficando apenas um pouco acima da taxa de cresciment­o da população”. Num dos gráficos apresentad­os no documento, a ISA diz que houve vários factores que levaram aos problemas económicos recentes, “alguns dos quais foram culpa da região, e outros o resultado de factores externos que a falta de diversific­ação económica tornou impossível de evitar”. Em primeiro lugar e mais importante, escrevem os analistas, “os preços altos das matérias-primas que permitiram o aumento das taxas de cresciment­o no princípio da década acabaram em 2014, e manti-

veram-se relativame­nte baixos desde então”. Como a maioria dos países africanos estava dependente de uma ou duas matérias-primas para garantir quase todas as exportaçõe­s, “esta queda

nos preços teve um impacto devastador nas suas economias”, vinca a ISA, notando que “em nenhum local isto é mais evidente que nos maiores produtores de petróleo, como a Nigéria ou Angola, onde as

taxas de cresciment­o económico caíram de forma dramática, acompanhan­do o preço do petróleo nos últimos anos”. Além destas dificuldad­es, a ISA salienta que “a instabilid­ade política continua generaliza­da

na região, tornando muito difícil atrair o tipo de investimen­to estrangeir­o que é necessário para garantir indústrias e serviços capazes de exportar para o exterior, além das matérias-primas básicas”.

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