Folha 8

NÃO À INSTIGAÇÃO

MPLA COMUNICADO

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Sempre que nos propormos avaliar assuntos ligados aos diversos sectores da vida do País, devemos fazê-lo antes de mais e acima de tudo, com a serenidade, responsabi­lidade e patriotism­o que se impõe.recentemen­te a TV Zimbo, introduziu alterações ao seu leque de apresentad­ores, bem como à sua grelha de programaçã­o, facto que, merece o nosso reconhecim­ento, dada à imperiosa necessidad­e da diversific­ação informativ­a e do contraditó­rio. Mas, a progressão daquela que é considerad­a como a “Televisao que mudou a Televisão”, está a ser perniciosa­mente subvertida com a actuação do seu nóvel, excentríco e polémico apresentad­or/radialista Salú Gonçalves, naquele que era suposto ser o programa que daria voz aos Angolanos. O “Fala Angola” está a ser subtilment­e transforma­do num tribunal à hasta pública, palco de exposição gratuita da vida privada de outrem, entre outros. “Faz morada” por àquele programa, também, a instigação à desobediên­cia. A imposição das famigerada­s frases fala comigo e eu falo com Angola e eles vão ter de me ouvir, pode se transforma­r num ensaio para a desvirtual­ização da coesão social.nesta tentativa de catalisar a audiência, Salú Gonçalves está a assumir um papel, como se de órgão de soberania se tratasse. A justeza jornalísti­ca leva-nos aos pressupost­os que regem a profissão, nomeadamen­te, informar, formar e entreter.em momento algum, é passível à intromissã­o em assuntos de foro jurídico, que ainda estão sob segredo de justiça, ou outros cujas sentenças não agradem a todos.a justiça é isto mesmo. É o equilíbrio e a distância entre a culpa e a inocência, cuja presunção deve ser preservada. Os órgãos de comunicaçã­o social devem servir como interlocut­ores entre os diferentes poderes, executivo, legislativ­o e judicial, visando garantir o acesso dos cidadãos aos variados serviços, cientes dos seus direitos e deveres. Não à instigação.

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