NÃO À INSTIGAÇÃO
MPLA COMUNICADO
Sempre que nos propormos avaliar assuntos ligados aos diversos sectores da vida do País, devemos fazê-lo antes de mais e acima de tudo, com a serenidade, responsabilidade e patriotismo que se impõe.recentemente a TV Zimbo, introduziu alterações ao seu leque de apresentadores, bem como à sua grelha de programação, facto que, merece o nosso reconhecimento, dada à imperiosa necessidade da diversificação informativa e do contraditório. Mas, a progressão daquela que é considerada como a “Televisao que mudou a Televisão”, está a ser perniciosamente subvertida com a actuação do seu nóvel, excentríco e polémico apresentador/radialista Salú Gonçalves, naquele que era suposto ser o programa que daria voz aos Angolanos. O “Fala Angola” está a ser subtilmente transformado num tribunal à hasta pública, palco de exposição gratuita da vida privada de outrem, entre outros. “Faz morada” por àquele programa, também, a instigação à desobediência. A imposição das famigeradas frases fala comigo e eu falo com Angola e eles vão ter de me ouvir, pode se transformar num ensaio para a desvirtualização da coesão social.nesta tentativa de catalisar a audiência, Salú Gonçalves está a assumir um papel, como se de órgão de soberania se tratasse. A justeza jornalística leva-nos aos pressupostos que regem a profissão, nomeadamente, informar, formar e entreter.em momento algum, é passível à intromissão em assuntos de foro jurídico, que ainda estão sob segredo de justiça, ou outros cujas sentenças não agradem a todos.a justiça é isto mesmo. É o equilíbrio e a distância entre a culpa e a inocência, cuja presunção deve ser preservada. Os órgãos de comunicação social devem servir como interlocutores entre os diferentes poderes, executivo, legislativo e judicial, visando garantir o acesso dos cidadãos aos variados serviços, cientes dos seus direitos e deveres. Não à instigação.