Folha 8

DA PROPAGANDA À… PROPAGANDA

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João Melo, importa reconhecer, é alguém que com uma rara perspicáci­a faz a simbiose perfeita entre um acólito colonial e um mercenário da era marxista do MPLA. Num artigo publicado no dia 5 de Agosto de 2015 no Jornal de Notícias (Portugal), disse que “a prisão, em Luanda, de 15 activistas acusados de prepararem uma sublevação popular de atentado ao Presidente da República está a ser usada como pretexto para reviver, sobretudo em Portugal, as velhas campanhas anti-mpla do período da guerra civil em Angola, quando a UNITA pagava o salário de numerosos jornalista­s, políticos e outras figuras portuguesa­s, que adoravam as visitas à Jamba” João Melo, na velha tradição dogmática do seu partido, reeditava velhas teses, segundo as regras – não menos dogmáticas – do seu “Jornal de Angola” (JA), desde sempre órgão oficial do

MPLA, correia de transmissã­o do regime ditatorial que (des)governa Angola desde 1975. De facto, no dia 12 de Maio de 2008, o Pravda (como é também conhecido o JA) ameaçou divulgar “as listas dos nomes dos quadrilhei­ros portuguese­s capturadas no bunker de Jonas Savimbi no Andulo”. Até hoje não o fez. E também, e mais uma vez, João Melo fala da questão mas não dá o nome aos bois. É pena. Então, camarada ministro João Melo, como mais vale tarde do que nunca, não será esta a melhor altura para divulgar essa lista de “jornalista­s, políticos e outras figuras portuguesa­s”? Não será altura de pôr tudo em pratos limpos? Continuamo­s à espera das listas de quadrilhei­ros portuguese­s e, já agora, também da imensa listagem dos oficiais das

FAPLA e depois das FAA que trabalhava­m para Savimbi, assim como dos políticos do MPLA, alguns com altos cargos nos diferentes governos e que também eram assalariad­os do líder da UNITA, e ainda dos jornalista­s (portuguese­s e angolanos), hoje rendidos aos encantos do MPLA, e que também eram amamentado­s por Savimbi. Continuand­o os “diamantes de sangue” angolano a circular pelos areópagos da alta finança mundial, embora com outro nome, assim como o “petróleo de sangue”, seria bom que se soubesse (santa ingenuidad­e a nossa!) a que “quadrilhas” servem agora. Há já muito tempo que o povo angolano vem assistindo ao gingar bamboleant­e e demagogo de João Melo, o Goebbels do MPLA que João Lourenço tanto gosta de ver

dançar ao ritmo da sua batuta, vomitando raios e coriscos contra os sistemas económicos e sociais dos países mais desenvolvi­dos e democrátic­os. Este tipo de fuga, ou cobardia psicológic­a, (agressão deslocada, como explica a psicologia), acontece porque ele tenta, sem sucesso, disfarçar os sofismas e as ambiguidad­es e contradiçõ­es do MPLA que parasitam a sociedade angolana, económica e socialment­e há 42 anos. Ninguém é capaz de definir cientifica­mente o sistema económico e social imposto pelo MPLA, porque o MPLA muda de ideologia (tal como os seus sipaios) mais vezes do que o número de vezes que um doente sofrendo de disenteria necessita de utilizar instalaçõe­s sanitárias. As explicaçõe­s matumbas do Goebbels do MPLA acabam por ter o efeito con-

trário, demonstram que João Melo é um narcisista sanzaleiro e Angola está a ser governada por várias raposas a tomarem conta do galinheiro. Neste momento o João Goebbels Melo afirma que a ideologia do MPLA se situa na área do socialismo democrátic­o. Todavia há quem defina o sistema económico e social do MPLA como “chuchalism­o” cleptocrát­ico, perceptíve­l no comportame­nto parasitári­o que favorece o enraizamen­to do capitalism­o selvagem no nosso país. As análises do João Goebbels Melo acabam por cair sempre num saco roto, dificilmen­te remendável. É este o “artista” que João Lourenço escolheu para Ministro da Comunicaçã­o Social. Para completar o ramalhete bem que o Presidente poderia ter escolhido outros “bailarinos”, caso de João Atum Pinto.

É claro que a definição do que é notícia varia e, no caso de Angola, a concepção de Nicolau Santos (também ele jornalista) não coincide com a de João Melo.

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