Folha 8

QUEM IRIA FICAR MUITO MAL NA FOTOGRAFIA ?

Numa matéria publicado no dia 28 de Maio 2018, pelo Novo Jornal Online intitulado “Rafael Marques tem provas de que João Lourenço está a formar uma nova elite de saqueadore­s, acredita oposição”. Este jornal apegou-se a uma entrevista que o conceituad­o Jor

-

Nesta entrevista à Lusa, o jornalista Rafael Marques fala de sinais que, segundo ele, contradize­m o discurso de combate à corrupção do Presidente da República. Ao dizer o seguinte: “João Lourenço também tem estado a dar sinais de que está a formar uma nova elite de saqueadore­s. Recentemen­te, criou-se aqui um consórcio privado para a realização de voos domésticos que beneficiou de uma garantia soberana do Estado angolano, as famosas garantias soberanas, para a aquisição de seis aviões no Canadá”. Nesta mesma entrevista o Rafael Marques chegou de afirmar o seguinte: “O consórcio tem como sócios o irmão do Presidente angolano, Sequeira João Lourenço, também secretário-executivo da Casa de Segurança do Chefe de Estado e proprietár­io da empresa de aviação SJL, o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente, Frederico Cardoso, dono da empresa Air 26, e o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente, o general Pedro Sebastião, dono da empresa Mazewa”. Defendeu essa tese acrescenta­ndo o seguinte: “São as pessoas mais próximas que rodeiam o próprio Presidente que já estão a apoderar-se daquilo que é público e estão, basicament­e, a manter o estatuto de principais dirigentes do país e principais homens de negócios. Esses indivíduos já tinham as suas empresas falidas e estão agora a receber oxigénio porque João Lourenço está no poder. Isto não é uma contradiçã­o, é uma falta de vergonha”. O Novo Jornal Online depois procurou ouvir o posicionam­ento dos dois principais partidos políticos na oposição em das declaraçõe­s do Jornalista Rafael Marques à Lusa. Em resposta ao pedido do Novo Jornal Online para comentarem as suspeitas lançadas por Rafael Marques sobre a gestão de João Lourenço, UNITA e CASA-CE defenderam a tese que de o jornalista está documentad­o. O porta-voz do “Galo Negro”, Alcides Sakala frisou as investigaç­ões do Rafael Marques são sérias. Acrescenta­ndo o seguinte: “Se ele disse isso é porque há provas suficiente­s”. Já o vice-presidente da Convergênc­ia Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Manuel Fernandes, tivera dito o seguinte: “Se o jornalista Rafael Marques fez tais observaçõe­s é porque tem provas suficiente­s para afirmar isso”. Quer dizer, este consórcio já estava sendo tido como a prova das provas ou como a prova inequívoca de que continuáva­mos a viver na antiga Angola. Este consórcio colocava em causa tudo que já tivera dito o PR João Lourenço. Em menos de um ano a oposição tinha recebido numa bandeja um trunfo na manga que usariam no momento certo pra arrasarem o PR. O sair deste consórcio no papel era de facto um dar munições aos canhões da oposição. Mas o surgimento do consórcio Air Connection Express já existe desde o anterior Governo, pois tivera sido aprovado em Conselho de Ministros. Pude ler a entrevista que concedeu no jornal Valor Económico o empresário Bartolomeu Dias Proprietár­io da Diexim, uma empresa que entrou no projecto Air Connection Express. Nesta entrevista o mesmo foi duro com as decisões do Presidente da República. Acusando-o de ter agido com “arrogância” e critica-o por não ter ouvido os empresário­s. E a frase mais marcante do entrevista­do foi: “Governar um país não é como gerir a nossa casa”. Essas declaraçõe­s do empresário Bartolomeu Dias, é prova inequívoca de que actualment­e vivemos numa nova Angola... Mas levanto a seguinte questão, quantos empresário­s na- cionais dos pesos pesados se opunham a antiga lei de investimen­to privado? Quantos vinham ao público fazendo declaraçõe­s contra a corrupção, contra os monopólios, contra às más práticas que existiam na nossa economia, contra empresas quase falidas mas que sugavam dinheiros públicos através de consórcios... contra a estagnação da nossa economia? Quem iria ficar muito mal na fotografia caso esse consórcio saísse do papel conforme estava inicialmen­te desenhado é o PR João Lourenço. A tese do PR João Lourenço ser um reformador cairia por terra. Em suma, o PR João Lourenço ao chumbar esse consórcio tirou o trunfo manga que a oposição e uma parte da sociedade civil tinham. O Jornalista da Euronews ao questionar o PR sobre este consórcio fê-lo no sentido confirmar o quão reformador é o PR. Caso o PR não chumbasse publicamen­te naquele momento, naquela entrevista este consórcio, ele iria ficar muito mal, mais muito mal mesmo na fotografia e o argumento do mesmo ser um reformador cairia por terra. *O Kutualista

 ??  ?? JORNALISTA RAFAEL MARQUES DE MORAIS
JORNALISTA RAFAEL MARQUES DE MORAIS
 ??  ?? MANUEL TANDU*
MANUEL TANDU*

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola