CRISE INTERNA NÃO ESCONDE EXISTÊNCUA DE DOIS MPLA
secretariado do Bureau Político do MPLA apreciou a proposta de homenagem a José Eduardo dos Santos, ex-presidente de Angola e líder do partido no poder, desde 1979, um “merecido reconhecimento” pelos seus feitos. Por nós, a melhor homenagem é, gastando o que for preciso, pagar ao Comité Nobel Norueguês a atribuição do
Nobel da Paz. Pelo menos este. A informação consta do comunicado final da 10.ª reunião ordinária do secretariado do Bureau político do MPLA, orientada pelo vice-presidente do partido e Presidente da República, João Lourenço, que serviu para analisar vários assuntos ao país e a vida interna da formação política que, para além de estar no Poder desde 1975 e lá querer ficar até 2075. A homenagem a José Eduar-
do dos Santos tem ainda, segundo o MPLA, como propósito reconhecer “a forma abnegada e patriótica como dirigiu o país e o partido, destacando-se o facto de ter praticado, com dignidade e distinção, feitos humanitários, de solidariedade e concórdia memoráveis, na busca da paz definitiva, que culminou com a reconciliação entre os angolanos”. José Eduardo dos Santos, de 75 anos, anunciou em 2016 que este ano deve-
ria deixar a vida política activa, tendo confirmado a sua saída, na última sessão extraordinária do Comité Central do MPLA, realizada a 25 de Maio, argumentando que “tudo o que tem um começo tem um fim”. A liderança do MPLA foi assumida por José Eduardo dos Santos a 21 de Setembro de 1979, na sequência da morte do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, a 10 de Setem-
bro do mesmo ano, em Moscovo. Na altura, com 37 anos, José Eduardo dos Santos admitiu que não seria “uma substituição fácil nem possível”. Para efectivar a mudança na liderança, está agendado para 7 de Setembro deste ano a realização do VI congresso extraordinário do MPLA, sendo candidato ao cargo de líder do partido o actual vice-presidente e chefe de Estado angolano, João Lourenço.