DIZER O QUE QUEREM OUVIR, PARA TUDO FICAR NA MESMA
Ocombate ao terrorismo (bem como as migrações forçadas) foi uma das questões, sempre oportuna, que João Lourenço levou no dia 04.07 a Estrasburgo. Pelos vistos é um assunto que preocupa o Presidente de Angola e, brevemente, também Presidente do MPLA, partido que (só) governa o país desde 1975. A este propósito recordemos que, no dia 21 de Junho de 2017, o ministro do Interior angolano considerou (e muito bem) que pensar que Angola está imune a uma acção terrorista “é um acto de inocência absoluta”, aludindo às novas formas de actuação, como os atropelamentos e ataques mais direccionados.“todos nós devemos estar conscientes de que uma situação de acto terrorista pode acontecer em Angola, da mesma forma que está a acontecer noutros países”, disse Ângelo Veiga Tavares, em declarações emitidas pela rádio pública angolana. O governante angolano exortou o empenho de todos, sentindo-se igualmente “polícias”, contribuindo assim para a segurança do país. Sem entrar em detalhes por se tratar de um caso que estava a ser tratado na Justiça (seja lá o que isso for), Ângelo Veiga Tavares fez um breve comentário sobre o processo que envolvia seis cidadãos angolanos muçulmanos, cinco dos quais estavam em prisão preventiva, acusados de organização ter- rorista e de alegadamente terem jurado “fidelidade e obediência” ao grupo extremista Estado Islâmico. Os visados desmentiram essas acusações, referindo que se trata de uma acção contra o Islão e contra os muçulmanos. “Esse é um processo que tem a ver com acções li- gadas a actos menos correctos de determinados grupos, que podem colocar em causa a segurança do país, não tem nada a ver de forma expressa e directa com qualquer religião”, disse o ministro. O titular da pasta do Interior rejeita a ligação a casos de extremismo islâmico, referindo que o que está em causa as acções do grupo. “Embora tenham surgido algumas designações, elas têm a ver com determinados grupos, não são acções ligadas a qualquer religião, mas é um processo que está a merecer tratamento a nível dos fóruns competentes. Há acusação, mas ainda não há pronúncia, nós não gostaríamos de entrar em muitos detalhes, vamos deixar que os órgãos de justiça façam o seu papel”, disse. De acordo com a acusação deduzida contra os seis elementos, a 26 de Abril de 2017, estes criaram em 2015, em Angola, o “grupo muçulmano denominado ‘Street Da Was’”.