PAÍS SEM PROJECTO
Angola, para a maioria, deixou de ser o país dos muitos (povos/cidadãos), que têm pouco, desde o chamado dia da independência nacional (11.11.75) por detida, pelos poucos, convertidos em monarcas absolutos, das riquezas, dos bens e cidadãos do país. E, o muito, dos muitos, são os biliões (mil milhões) de dólares, do petróleo, dos diamantes, dos minérios de ferro, dos impostos, irresponsável, mas, responsavelmente desviados, exclusivamente, pela partidocracia, alojada nos corre- dores do poder. Assim, sem noção do que é servir, preservar e gerir os cidadãos autóctones, diferente do colonialismo, anda(ra)m em sentido contrário a elaboração “ab initio” de um verdadeiro e imparcial “projecto - país”. Negaram a democracia e sob a capa do proletariado e de uma sociedade igualitária, implantaram uma ditadura feroz, que assassinou todas as ideias contrárias, quer fossem internas ou externas, atirando para a sarjeta as eleições democráticas que deveriam co- brir o nascimento do novo ente jurídico em 11 de Novembro de 1975. Dois dos três subscritores dos Acordos do Alvor, com a cumplicidade dos capitães de Abril de 1974 de Portugal, foram “selvaticamente” banidos do xadrez político, não pela força dops argumentos, mas dos das armas. FNLA, diabolizados e queimados nas Casas do Povo (sedes) no Cazenga, Sambizanga, Avenida do Brasil, etc, assim como a UNITA no Pica Pau (sede) na Esquina do Zangado (com a Avenida do Brasil), em Luanda, foram a carne para canhão de uma política militarizada, que não teve, na esquina da história, pejo em assassinar cerca de 80 mil militantes do próprio MPLA, em 27 de Maio de 1977, que apenas solicitavam uma clarificação ao rumo que o país deveria tomar: Socialismo ou capitalismo. E, quando menos se esperava, a resposta, para desgraça colectiva, foi Agostinho Neto e a sua clique, superar Adolph Hitler, com a maior chacina selectiva humana, depois da II Guerra Mundial, avaliada em cerca de 80 mil intelectuais da família MPLA. Toda esta mortandade, repousou na justificativa de uma sociedade socialista, cujo esboço, não passava de um texto estapafúrdio, uma vez a prática, ter andado de mãos dadas com uma feroz discriminação de “vies fascista”, que elegeu práticas da inquisição, qual besta de uma guerra civil: MPLA versus UNITA, que dilacerou o país.