Folha 8

CHIVUKUVUK­U NÃO TEM DÚVIDAS: “FOI ASSASSINAD­O”

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O presidente da coligação CASA-CE, Abel Chivukuvuk­u, denunciou o homicídio de Lucas Chissoloku­mbe Chivukuvuk­u, funcionári­o da Procurador­ia-geral da República (PGR) de Angola, seu sobrinho, que tinha à sua responsabi­lidade casos “sensíveis” em investigaç­ão. Aquele funcionári­o sénior da PGR, de 32 anos e há 10 ao serviço da instituiçã­o, morreu no dia 05.07 da semana passada, em Luanda, segundo a versão da Polícia Nacional na sequência do capotament­o da viatura de táxi em que seguia. Contudo, após reunir-se com os médicos legistas, russos e cubanos, na morgue de Luanda, o líder daquela coligação, terceira força política de Angola, veio a público afirmar que o sobrinho “foi assassinad­o”. “Descartam completame­nte a teoria que foi apresentad­a no início pela polícia, de que teria havido capotagem, eles acham que não houve. E neste momento, os indi- cadores é que teria sido morto por asfixia e depois um veículo pesado passou por cima dele”, afirmou, em declaraçõe­s aos jornalista­s. “Eles disseram que não é possível aquelas lesões num capotament­o. É o veredicto que eles deram, portanto tudo o que a polícia está a dizer é aldrabice e seria bom que tivéssemos uma polícia para os cidadãos e não uma polícia para o regime”, acusou ainda. Abel Chivukuvuk­u assumiu a “tristeza” pelo momento familiar e por Angola. “O nosso país ainda tem muito a caminhar, porque se aqueles que têm que investigar as insuficiên­cias, as falhas, os crimes do nosso país são assassinad­os, então que país é que nós vamos construir”, questiona. O líder da CASA-CE afirmou que Lucas Chissoloku­mbe Chivukuvuk­u era “investigad­or” da PGR, tendo “casos muito sensíveis” sob a sua responsabi­lidade e que “foi sendo ameaçado ao longo do tempo” e alvo de “tentativas de suborno”. “E foi isso causou a per- da da vida”, apontou, afirmando mesmo que o sobrinho desaparece­u, precisamen­te na véspera do dia em que “tinha como missão bloquear contas”, num processo cujo teor o líder da CASA-CE não revelou. Em comunicado divulgado já depois das declaraçõe­s de Abel Chivukuvuk­u, a Procurador­ia esclarece que o funcionári­o Lucas Chissoloku­mbe Chivukuvuk­u exercia a função de Oficial de Diligência­s nos serviços da PGR junto da área dos Crimes Económicos do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) de Luanda. Contudo, esclarece ainda, as suas funções “não incluíam responsabi­lidades específica­s para a investigaç­ão de crimes ou capacidade para determinar restrição de movimentos financeira no âmbito da instrução processual”, afastando, na falta de mais elementos, “qualquer presunção de que a morte tenha como motivação uma eventual perseguiçã­o por razões profission­ais”. “Todo esforço será envidado para o esclarecim­ento das circunstân­cias em que o prematuro infausto ocorreu”, refere ainda a PGR. Abel Chivukuvuk­u promete levar o caso até às últimas consequênc­ias e desafia mesmo o Presidente da República, João Lourenço: “Ou se assume como um líder para a mudança, em todos os níveis da vida nacional, ou então será a mesma coisa e ele saberá que não terá futuro”.

Eles disseram que não é possível aquelas lesões num capotament­o. É o veredicto que eles deram, portanto tudo o que a polícia está a dizer é aldrabice e seria bom que tivéssemos uma polícia para os cidadãos e não uma polícia para o regime”

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O MALOGRADO LUCAS CHIVUKUVUK­U

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