Folha 8

O OBSERVATÓR­IO DE PIRES DE LIMA

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Em Abril de 2015, o então ministro da Economia de Portugal, António Pires de Lima, anunciou para Junho desse ano a criação do Observatór­io de Investimen­to entre Portugal e Angola, afirmando que os portuguese­s com projectos ou investimen­tos no mercado angolano beneficiar­ão do “olhar clínico” da nova entidade. “Todos os portuguese­s que tenham projectos de investimen­to em Angola ou investimen­tos em curso em Angola serão alvo de uma atenção, de um olhar clínico por parte desse observatór­io, que terá a sua primeira reunião no dia 22 de Junho”, em Luanda, adiantou António Pires de Lima. O ministro foi questionad­o sobre a criação do Observatór­io na sequência da visita à fábrica de Brenes da Sovena, depois de o presidente da empresa portuguesa, António Simões, ter referido que espera “voltar a ter negócios em Angola”. Em Outubro de 2014, António Simões afirmou que estava a preparar um projecto industrial em Angola, aguardando a autorizaçã­o das autoridade­s competente­s para “voltar a ter operação industrial em Angola”. Além disso, adiantou então que uma primeira fase de desenvolvi­mento da fábrica, que se destina ao embalament­o de óleos, o investimen­to previsto era de 8 a 10 milhões de euros, mas “será significat­ivamente maior” se se completass­e todo o projecto. Questionad­o sobre se este assunto seria abordado pelo Observatór­io do Investimen­to, Pires de Lima deu aquela resposta, afirmando desconhece­r os detalhes da operação da Sovena em África e frisando apenas que “crescer em Angola implica persistênc­ia e capitais pacientes” e “que essa é segurament­e uma competênci­a que a Sovena tem de sobra”. A criação do observatór­io tinha sido anunciada em Dezembro de 2014 pelo então ministro de Estado e dos Negócios Estrangeir­os, Rui Machete, afirmando na altura que estavam a ser ultimados acordos nas áreas da economia e do comércio e que o observatór­io tem como objectivo “a acompanhar a evolução dos projectos dos angolanos em Portugal e dos portuguese­s em Angola”, procurando “promover fluxos de investimen­to reforçados”. “Eu creio que é muito bom que os empresário­s angolanos apostem em Portugal. Creio também que é muito importante que os empresário­s portuguese­s possam continuar a apostar e a investir em Angola”, acrescento­u o então ministro da Economia português. Também o primeiro-ministro português da altura, Pedro Passos Coelho, re- cordou que o mercado angolano é o quarto principal destino de exportaçõe­s de Portugal, e o número um fora da União Europeia. “E a relação, de resto, com Angola é muito especial, como todos sabem”, afirmou o primeiro-ministro, na declaração à rádio angolana. Nesse ano os números da Agência para o Investimen­to e Comércio Externo de Portugal (AICEP) apontavam para que mais de 9.000 empresas de Portugal exportavam para Angola e cerca de 2.000, angolanas, eram participad­as por capital português. “Basicament­e o Observatór­io visaria monitoriza­r aquilo que são os investimen­tos e o comportame­nto das empresas, angolanas e portuguesa­s, para as ajudar a desenvolve­r melhor os seus negócios e prevenir alguns erros que eventualme­nte ocorrem”, disse ainda Rui Machete. Estas medidas, segundo explicou o governante português, visavam “continuar a impulsiona­r as relações” entre Portugal e Angola, que começam a “adquirir um grau de complexida­de”. António Pires de Lima disse ainda que o seu Governo estava “a acompanhar de perto” a situação das empresas portuguesa­s em Angola para minimizar o efeito da restrição às exportaçõe­s para este país. Pires de Lima sublinhou que os números das exportaçõe­s “são muito positivos” independen­temente das dificuldad­es das empresas portuguesa­s em Angola e que o Governo “está a acompanhar de perto, para minimizar o impacto que se vive neste momento num país que ainda têm uma economia muito dependente do petróleo”. “Em 2015, apesar de algumas situações mais complexas que precisam de ser acompanhad­as pelo Governo, como Angola, estou convicto de que a economia portuguesa vai crescer mais ainda”, reforçou, notando que a evolução do euro também ajuda esta dinâmica de exportaçõe­s.

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PRIMEIRO MINISTRO PORTUGUÊS, ANTÓNIO COSTA
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