Folha 8

“CONTRIBUTO” DO FOLHA 8

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No sentido de ajudar Eugénio Laborinho e todos aqueles que o mandam dizer este chorrilho de asneiras a elaborar um dossier contra a administra­ção colonial, que deverá ser apresentad­o em Haia ao TPI, o Folha 8 deixa aqui o seu modesto contributo. Assim, como introdução, tudo o que de mal se passou em Angola, sobretudo nos últimos 42 anos, tem raízes nos quatrocent­os e tal anos anteriores. Todos sabemos que a administra­ção colonial portuguesa (não confundir com a do regime) foi responsáve­l pelos milhares (40 mil? 80 mil?) de angolanos torturados e assassinad­os em todo o país depois dos acontecime­ntos de 27 de Maio de 1977, acusados de serem apoiantes de Nito Alves ou opositores ao regime. Tal como foi responsáve­l pelo massacre de Luanda que visou o aniquilame­nto de cidadãos Ovimbundus e Bakongos, onde morreram 50 mil angolanos, entre os quais o vice-presidente da UNITA, Jeremias Kalandula Chitunda, o secretário-geral, Adolosi Paulo Mango Alicerces, o representa­nte na CCPM, Elias Salupeto Pena, e o chefe dos Serviços Administra­tivos em Luanda, Eliseu Sapitango Chimbili. Foi igualmente responsáve­l pelo massacre do Pica-pau em que, no dia 4 de Junho de 1975, perto de 300 crianças e jovens, na maioria órfãos, foram assassinad­os e os seus corpos mutilados no Comité de Paz da UNITA em Luanda, ou do massacre da Ponte do rio Kwanza, em que no dia 12 de Julho de 1975, 700 militantes da UNITA foram barbaramen­te assassinad­os, perto do Dondo. A administra­ção colonial portuguesa (não confundir com a do regime) foi também responsáve­l pelo facto de entre 1978 e 1986, centenas de angolanos serem fuzilados publicamen­te, nas praças e estádios das cidades de Angola, uma prática iniciada no dia 3 de Dezembro de 1978 na Praça da Revolução no Lobito, com o fuzilament­o de 5 patriotas e que teve o seu auge a 25 de Agosto de 1980, com o fuzilament­o de 15 angolanos no Campo da Revolução em Luanda. Ou por, em Junho de 1994, a aviação (provavelme­nte da… UNITA) ter bombardead­o e destruído a Escola de Waku Kungo, tendo morto mais de 150 crianças e professore­s, e de entre Janeiro de 1993 e Novembro de 1994, ter bombardead­o indiscrimi­nadamente a cidade do Huambo, a Missão Evangélica do Kaluquembe e a Missão Católica do Kuvango, tendo morto mais de 3.000 civis. A administra­ção colonial portuguesa (não confundir com a do regime), é igualmente responsáve­l por: – Todos os dias, a todas as horas, a todos os minutos haver angolanos que morrem de barriga vazia, sendo que 70% da população passa fome; – 45% das crianças angolanas sofrem de má nutrição crónica, e que uma em cada quatro (25%) morrer antes de atingir os cinco anos; – No “ranking” que analisa a corrupção mundial, Angola ainda não ter atingido o pódio do mais… corrupto (embora ande perto); – A dependênci­a sócio-económica a favores, privilégio­s e bens, ou seja, o cabritismo, se o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos e que o silêncio de muitos, ou omissão, deve-se à coacção e às ameaças do partido que está no poder desde 1975. – A corrup- ção política e económica ser hoje, como ontem, utilizada contra todos os que querem ser livres, que 76% da população vive em 27% do território, que mais de 80% do Produto Interno Bruto é produzido por estrangeir­os; mais de 90% da riqueza nacional privada foi subtraída do erário público e está concentrad­a em menos de 0,5% de uma população; – O acesso à boa educação, aos condomínio­s, ao capital accionista dos bancos e das seguradora­s, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolífer­os, estar limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder.

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GOVERNADOR DE CABINDA, EUGÉNIO LABORINHO

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