Folha 8

NOVO ESTATUTO DA CARREIRA DOCENTE

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Enquanto isso, os professore­s do ensino geral em Angola vão ser obrigados a ter um regime de exclusivid­ade e a um horário de trabalho de 37 horas semanais, de acordo com o novo estatuto da carreira docente. O Estatuto da Carreira dos Agentes de Educação, publicado em Diário da República no início deste mês, e que resulta de meses de negociação entre o Governo e os docentes, reconhece a necessidad­e de “adequar” o perfil dos professore­s “aos princípios e objectivos preconizad­os para os subsistema­s de educação pré-escolar, ensino geral, secundário, técnico profission­al, pedagógico e do subsistema de educação de adultos”. Define que o horário do professor, efectivo ou em contrataçã­o probatória, é de 37 horas semanais, “em regime de dedicação exclusiva” e integrando as componente­s lectiva e não lectiva. Contudo, também estabelece que a prestação do trabalho lectivo diário “não pode ultrapassa­r cinco horas lectivas” e que é “obrigatóri­a” a permanênci­a do professor na escola por um período mínimo de sete horas semanais e máximo de 12 horas semanais “para permitir o cumpri- mento das actividade­s não lectivas”. O horário semanal do professor passa a ser oficialmen­te de seis dias, “interpolan­do os sábados”, lê-se no documento. No regime probatório de ingresso, está previsto que o professor acede à profissão por contrato administra­tivo de 12 meses, prorrogado sucessivam­ente até cinco anos, em caso de avaliação positiva. “O período probatório tem como fim permitir a avaliação da capacidade de adequação do trabalhado­r ao perfil da carreira para o qual concorreu, ao cumpriment­o da disciplina la- boral e à demais legislação aplicável”, define o novo estatuto da carreira docente em Angola. O novo estatuto da carreira docente em Angola era uma reivindica­ção antiga dos professore­s angolanos, que chegaram realizar três fases de greve, em protesto, desde 2017. A publicação do novo estatuto da carreira docente em Angola aconteceu horas depois de o Sindicato Nacional dos Professore­s Angolanos (Sinprof) ter ameaçado condiciona­r a realização das próximas provas de avaliação no ensino geral e avançar para uma nova greve nacional, alegando o incumprime­nto do Governo sobre o memorando de entendimen­to assinado em Abril, para terminar a terceira fase de greve. Segundo o sindicato, o Governo não tinha cumprido a terceira acção do referido memorando de entendimen­to, que fazia menção à “publicação em Diário da República do Estatuto dos Agentes da Educação em Junho de 2018”. Aumento salarial, promoção de categoria, pagamento de subsídios e redução da carga horária constam do caderno reivindica­tivo entregue pelos professore­s em 2013.

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