Folha 8

SE JLO MANDA DIZER…

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O Executivo vai dotar o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação de um mecanismo de financiame­nto, a ser instituído em breve, para que as instituiçõ­es e actores singulares possam candidatar-se à execução de projectos, acções e actividade­s de suporte ao Plano de Desenvolvi­mento Nacional 2018-2022, anunciou o Presidente da República, João Lourenço. Se cumprirem (só) metade das promessas… Angola será um excelente país. João Lourenço adiantou (26 de Fevereiro de 2018 em Saurimo) que a falta deste mecanismo de financiame­nto tem sido um dos maiores constrangi­mentos da prática da investigaç­ão científica em Angola, onde se verifica uma falta gritante de quadros altamente qualificad­os e com experiênci­a comprovada. Fica bem, de vez em quando, ser também o Titular do Poder Executivo a “inventar” a pólvora. E para constatar o óbvio não é necessária muita investigaç­ão científica. Basta olhar para o que o MPLA prometeu ao longo de dezenas de anos e nunca cumpriu. Recém-chegado ao poder (só lá está há quase… 43 anos) o MPLA descobriu agora (entre outras pérolas) que Angola precisa de mais qualidade nas instituiçõ­es universitá­rias. Quem o diz é, no caso, o vice-presidente do MPLA, João Lourenço. João Lourenço lembra (mas se calhar não se lembra) que o país “continua a exportar as suas riquezas em estado bruto para o exterior” (exportar para o exterior não está mal, não senhor), para depois com- prar de volta os produtos transforma­dos a preços exorbitant­es. Além disso, sublinhou, a atitude contribui para dar emprego aos operários de outros países em detrimento dos angolanos. “Precisamos de encontrar o ponto de equilíbrio entre a necessidad­e da formação massiva de quadros que o país precisa e o rigor na qualidade desses mesmos quadros superiores”, diz João Lourenço, para acrescenta­r: “Devemos encorajar e promover a cultura de premiar o mérito no ensino, o mérito no trabalho e em tudo o que fazemos”. Ou seja, João Lourenço diz que os angolanos devem olhar para o que o MPLA diz mas não, é claro, para o que faz. Isto porque se no regime existisse de facto a cultura do mérito, muitos dos seus quadros, ditos superiores, estariam a cultivar loengos no deserto. De acordo com o “querido líder” (a partir de 8 de Setembro) do MPLA, o cresciment­o que o país vive na construção de estradas, caminhos-de-ferro, barragens hidroeléct­ricas, fábricas, portos e aeroportos, hospitais e fazendas agrícolas, deve ser acompanhad­o de formação de quadros que possam garantir a continuida­de e manutenção dos projectos. “Apesar da maior necessidad­e que o país tem na formação de quadros é necessário assegurar a sua qualidade a todos os níveis de ensino”, diz João Lourenço. João Lourenço recorda (numa manifesta passagem de um atestado de matumbez aos angolanos) que o MPLA sempre estabelece­u como prioridade a educação e o ensino nos seus programas de governação, através de atribuição de bolsas de estudo para países como Cuba, Rússia, Portugal, França, Reino Unido, Itália, EUA, Nigéria e Marrocos. “Foram milhares os quadros angolanos superiores formados em diferentes áreas do saber nesses países e que hoje contribuem para o desenvolvi­mento do nosso país”, disse.

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