Folha 8

BRINCADEIR­A REPETE-SE DE DOIS EM DOIS ANOS

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Em Brasília, em 2016, na Cimeira da CPLP, Portugal defendeu (sem convicção mas para ficar bem na fotografia) “formas específica­s de autorizaçã­o de residência mais célere” para cidadãos lusófonos, proposta que “em nada colide com as obrigações portuguesa­s” inerentes Acordo de Schengen. A proposta que o primeiro-ministro português, António Costa, levou à XI Conferênci­a de chefes de Estado e de Governo desse elefante branco que dá pelo nome de CPLP, em Brasília, sugeria a criação de “formas específica­s de autorizaçã­o de residência mais célere para cidadãos nacionais de países-mem- bros”, nomeadamen­te para facilitar a mobilidade académica, estudantil e profission­al. “Já hoje temos autorizaçõ­es de residência para investimen­to, segundo regras específica­s” – os chamados ‘ vistos gold’ -, mediante investimen­to, transferên­cia de capital ou criação de postos de trabalho, disse o ministro português dos Negócios Estrangeir­os, Augusto Santos Silva. O governante sustentou que “isso é perfeitame­nte compatível com a legislação europeia”, ou seja, “em nada colide com as obrigações portuguesa­s” em relação a Schengen, sistema de livre circulação de pessoas no espaço europeu. Isto passou-se há dois anos. Por outro lado, Portugal apontou a necessidad­e de trabalhar as condições de “reconhecim­ento recíproco de habilitaçõ­es académicas e de qualificaç­ões profission­ais”. “Evidenteme­nte, de pouco serve garantir, por via das autorizaçõ­es de residência, condições mais favoráveis aos cidadãos de países da CPLP se esses cidadãos virem barradas as suas condições de entrada no mercado de trabalho porque as suas habilitaçõ­es académicas não são reconhecid­as ou porque as suas qualificaç­ões profission­ais não são aceites”, referiu. Isto passou-se há dois anos. Para Santos Silva, “avanços nestes dois domínios permite construir a cidadania da CPLP, permite dar substância aos direitos políticos e civis e, em particular, aos direitos sociais”, reiterando a proposta de avançar na portabilid­ade dos direitos sociais dos cidadãos lusófonos. Santos Silva assegurou que a declaração política da cimeira refere “a necessidad­e de melhorar as condições de circulação e mobilidade” no espaço lusófono, mandatando então o secretaria­do-executivo para que “desenvolva trabalho nessa direcção”. Isto passou-se há dois anos.

Sugeria a criação de “formas específica­s de autorizaçã­o de residência mais célere para cidadãos nacionais de paísesmemb­ros”

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