Folha 8

A EVOLUÇÃO ZOOLÓGICA ENTRE PORTUGAL E O MPLA!

- ANTIGO VICE-PRESIDENTE DE ANGOLA, MANUEL VICENTE MILITANTES DO PARTIDO DO MPLA

Nas relações com Portugal, Angola (ou seja, o MPLA) deve adoptar a posição da raposa e ser muito prudente, disse à VOA o analista angolano de relações internacio­nais zoológicas, Bernardino Neto. Isto na sequência de uma evolução genética que começa na tartaruga e passa pela abelha e pela avestruz… Bernardino Neto comentava a melhoria das relações entre os dois países na sequência da decisão das autoridade­s judiciais portuguesa­s de, por imposição (apesar de velada) do poder político, entregarem ao MPLA o processo de corrupção contra o ex-vice-presidente Manuel Vicente, actualment­e deputado (do MPLA) na Assembleia Nacional. Bernardino Neto disse que as relações entre os dois países podem ser vistas pelo “cenário da tartaruga, o cenário da abelha e o cenário da avestruz”. Ou seja, num pleno e integral ambiente de jardim zoológico. No “cenário da tartaruga” as relações desenvolve­m-se num processo muito lento, vulnerável “a problemas da história apesar da boa vontade”. “O cenário da tartaruga é lento e por isso há que ter cuidados”, disse Bernardino Neto, certamente estribado nos ensinament­os adquiridos no jornal zoológico do MPLA, também conhecido por Jornal de Angola. Já no “cenário da abelha” as relações são marcadas pela busca do “mel” que são os investimen­tos, mas acompanhad­os de “ferroadas” quando há problemas, afirma Bernardino Neto,

fazendo uso do seu doutoramen­to zoófilo na vertente de zooarqueol­ogia. “Quando Portugal tem problemas Angola é um bom mercado”, disse o zoo-analista para quem, contudo, as elites angolanas (que, como se sabe, só existem no MPLA) têm tido “uma visão pouco prudente” no modo como fazem investimen­tos em Portugal. “Quando temos a postura de um estado soberano então Angola para Portugal é uma abelha”, acrescento­u este zoófogo especialis­ta internacio­nal com, presume-se, pós-doutoramen­to em educação patriótica. Já no “cenário da avestruz” tenta-se ignorar todos os problemas da história e do passado, algo que o analista angolano disse ser uma atitude de muitos “intelectua­is portuguese­s”, sendo que os seus congéneres angolanos de primeira (os do MPLA) estão muito acima deles, mesmo muito acima. Veja-se o paradigma Bernardino Neto. “Eu prefiro olhar com alguma desconfian­ça, ficar no cenário da raposa, estar sempre de atalaia”, disse o zoofágico analista enquanto aguarda pela sua próxima presa, putrefacta ou não. A tese zurrada por esta espécie zoológica similar a outras, casos de Luvualu de Carvalho, Bento Kangamba, João Pinto ou Adelino de Almeida, oscila entre o histrionis­mo e a boçalidade. Mesmo assim, é sempre bom saber o que pensam ou, melhor, o que lhes dizem para pensar. Tal como a maioria dos nossos pouco (ou nada) ilustres opinadores, esta espécie de analistas latrineiro­s presume qualquer coisa e como presume, entende que presumir é matéria de facto. E quando não presume, aposta em todo o género de estratagem­as, qual deles o pior. A veia artística destes zoófilos latrineiro­s, que está em cena há quase 43 anos, continua bem visível e é aceitável por quem é obrigado a pensar com a barriga… vazia. A sociedade por quotas, MPLA Lda. está a fazer bem o seu pa- pel. Só conta até 10 porque, de facto, para ir além disso teria de se descalçar. Basta ver o caso presente de Bernardino Neto. E se um dos mais emblemátic­os capítulos do anedotário zoológico de Angola foi escrito por Luvualu de Carvalho que, no papel de embaixador itinerante do regime, descobriu que os nossos jovens activistas eram terrorista­s e estavam acompanhad­os por agentes secretos da NATO, também Bernardino Neto tem o direito de escrever outro capítulo sobre a evolução camaleónic­a dos militantes do MPLA. Embora tudo isto não passe de uma farsa com o fim em aberto, os principais autores têm de se impor, tentando mostrar ao mundo que, embora o seu estado natural seja estar de quatro, conseguem de vez em quando ficar erectos… alguns minutos.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola