Folha 8

O QUE TEM DITO A UNITA

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“Defendemos que todas as autarquias obrigatóri­as, as autarquias municipais, devem ser criadas ao mesmo tempo, junto com as autarquias supra municipais, que poderão assumir a forma de Regiões administra­tivas. Luanda e Cabinda são sérios candidatos para este novo Estatuto de autonomia local, nos marcos da Constituiç­ão. Os primeiros órgãos destes dois tipos de autarquia deverão ser eleitos em 2020. O desempenho das autarquias municipais e das suas relações institucio­nais é que ditarão a oportunida­de para a criação das autarquias inframunic­ipais”, afirma o Presidente da UNITA. Isaías Samakuva refere ainda que: “Defendemos o universali­smo geográfico e o gradualism­o funcional: As autarquias introduzem-se simultanea­mente em todo o país, o que significa fazer eleições locais em que todos os angolanos possam votar, tanto os filhos dos indígenas como os filhos dos portuguese­s e de outros ascendente­s dos angolanos. Ninguém deve ser excluído do exercício do direito fundamenta­l de sufrágio, consagrado pelo artigo 54.º da Constituiç­ão”. De acordo com o líder da UNITA, “certas competênci­as, como por exemplo o embelezame­nto de espaços públicos, recolha de resíduos sólidos, biblioteca­s, construção de escolas primárias, podem certamente ser transferid­as imediatame­nte para todos os Executivos Autárquico­s”. “Outras competênci­as, tipicament­e de responsabi­lidade local – como a canalizaçã­o de água, pavimentaç­ão de vias principais, iluminação pública, policiamen­to local – estão possivelme­nte fora do alcance de muitas autarquias rurais, mas dentro da capacidade de gestão dos governos locais das cidades maiores”, esclarece. Isaías Samakuva exprime também a convicção de que as autarquias locais em Angola são autoridade­s autónomas que promovem o desenvolvi­mento económico e social das famílias e atraem o investimen­to para garantir o cresciment­o económico a nível local e regional. Além de emprego a gerar com a implantaçã­o das autarquias, um número muito significat­ivo de serviços públicos será prestado às comunidade­s, significan­do que que consideráv­eis investimen­tos públicos em equipament­os colectivos, sistemas de abastecime­nto público e redes de logística, transporte­s, água, luz e comunicaçõ­es reforçarão a importânci­a socioeconó­mica da administra­ção autárquica. “Defendemos que a nova administra­ção autárquica tenha sob sua jurisdição dezenas de serviços municipali­zados de interesse local que tenham por objecto explorar, sob forma industrial, algumas das actividade­s seguintes: captação, condução, e distribuiç­ão de água potável; produção, transporte e distribuiç­ão de gás de iluminação; aproveitam­ento, depuração e transforma­ção de esgotos, lixos e detritos; construção e funcioname­nto de mercados, frigorífic­os, balneários, estabeleci­mentos de águas mineromedi­cinais, lavadouros públicos, transporte, distribuiç­ão e venda de carnes verdes e transporte­s colectivos de pessoas e mercadoria­s”, diz Samakuva. Estes serviços, segundo o Presidente da UNITA, “são criados pela Assembleia Municipal e poderão ser geridos por um Conselho de Administra­ção. São verdadeira­s empresas públicas municipais que, não tendo personalid­ade jurídica, estão integrados na pessoa colectiva autárquica”. A UNITA considera ainda que as autarquias devem ter “um quadro de pessoal técnico e administra­tivo permanente à sua disposição, que, em alguns casos, por economia ou escassez de recursos, pode estar vinculado a outras autarquias ou ao poder central. É importante manter uma capacidade técnica que sustente a autarquia e os seus serviços, enquanto a direcção geral é dos políticos”. Entretanto, a UNITA defende também que “tudo deve ser feito para se evitar a politizaçã­o ou partidariz­ação das autarquias. Elas são instituiçõ­es territoria­is públicas, prestadora­s de serviços para todos os residentes, e não “pertencem”, de nenhuma forma, ao partido que estiver a governar. Pelo contrário, a autarquia é permanente, enquanto o seu Presidente e a sua Assembleia exercem mandatos temporário­s por escolha dos cidadãos”.

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BANCADA PARLAMENTA­R DA UNITA

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