Folha 8

A REALIDADE É… DIFERENTE

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Recorde-se que, este ano, a poucos dias do início das aulas no ensino geral, milhares de pais e encarregad­os de educação tentavam desesperad­amente conseguir uma vaga nas escolas públicas, que chegam a ser “negociadas”, ilegalment­e, acima de 40.000 kwanzas (175 euros). Embora a custo, as autoridade­s admitem a falta de salas e de professore­s, factos que voltaram a afastar vários milhares de alunos do ensino público. A situação, que se sente em todo o país, leva à cobrança ilegal, em algumas escolas, pelas poucas vagas disponívei­s, como confirmara­m alguns encarregad­os de educação. Apesar de ilegal, dada a gratuitida­de do ensino público até ao secundário, o pagamento da chamada “gasosa” para garantir a matrícula vulgarizou-se nos últimos anos em Angola, em face da falta de vagas nas escolas. O Sindicato dos Professore­s Angolanos (Sin- prof) admite que vários milhares de alunos ficam de fora do sistema de ensino, porque o cresciment­o do número de alunos não foi acompanhad­o do cresciment­o da infra-estrutura de ensino. Em Janeiro, algumas dezenas de estudantes marcharam, em Luanda, para contestar a chamada “gasosa” escolar, apelando às autoridade­s no sentido de travarem a onda de corrupção. Na marcha “contra a gasosa escolar”, os es- tudantes manifestar­am também descontent­a- mento com a falta de vagas e salas de aula.

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