Folha 8

O EXEMPLO PORTUGUÊS DO CONTROLADO­R FINANCEIRO

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Portugal também já andou nessa tese do “controlado­r financeiro”, com excelentes resultados para o desastre económico e financeiro, no tempo do primeiro-ministro José Sócrates (2005/2011). De facto, a proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2006 previa que cada ministério tivesse um controlado­r financeiro, que actuaria na dependênci­a do ministro da respectiva área governamen­tal mas também do ministro das Finanças. O controlado­r financeiro acompanhav­a a execução orçamental de todas as entidades na esfera do respectivo ministério e quaisquer medidas e compromiss­os que este não aprove só podem prosseguir quando auto- rizadas por despacho ministeria­l conjunto. O ministro das Finanças de então (2005/2011), Teixeira dos Santos, tinha já anunciado a intenção do Governo de criar a figura de controlado­r financeiro, em declaraçõe­s feitas à margem da reunião de ministros das Finanças da União Europeia, em Setembro de 2005, no Reino Unido. Entre as funções do controlado­r financeiro estavam o acompanham­ento da gestão financeira e a comunicaçã­o das tendências de risco para os objectivos de consolidaç­ão das Finanças Públicas, o acompanham­ento do cumpriment­o das obrigações financeira­s para com terceiros e a intervençã­o em iniciativa­s com impacto financeiro relevante, de forma a evitar desvios. As funções do controlado­r financeiro abrangiam a fase de planeament­o, da execução orçamental e da prestação de contas. Teria também a obrigação de comunicar ao ministro das Finanças e ao do ministério a que pertence a avaliação dos impactos financeiro­s previstos e, periodicam­ente, apresentar relatórios sobre a execução orçamental, a evolução prevista e os problemas identifica­dos, com propostas para os resolver. O Conselho de Ministros de 12 de Janeiro de 2006 aprovou a criação da figura do controlado­r financeiro que acompanhar­ia a evolução das contas de cada ministério. A figura do controlado­r financeiro é já corrente nas maiores empresas do sector privado. No caso do Governo português de José Sócrates os re- sultados foram bem visíveis: bancarrota, falência e o pedido de salvação feito à troika.

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EX-PRIMEIRO-MINISTRO DE PORTUGAL, JOSÉ SÓCRATES

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