É PRECISO COMBATER AS PRAGAS QUE DESTROEM AS CULTURAS
A nível regional e internacional, estão a ser realizadas reuniões técnicas entre as autoridades nacionais de controlo de pragas e doenças transfronteiriças e as instituições técnicas internacionais com vista a desenhar-se uma estratégia global de intervenção e a identificação das necessidades de apoio dos países. Paralelamente, a FAO tem estado a apoiar os países na avaliação da situação actual destinada a compreender a extensão e a intensidade da ameaça da lagarta do funil do milho, bem como na identificação de soluções sustentáveis para o controlo da propagação da praga.para a técnica de responsável pela área Produção e Protecção de Plantas dos escritórios regionais da FAO em Harare – Zimbabwe, Joyce Mulilamitti, “nenhum país está a salvo, todos os países estão em risco e é importante que estejam preparados e tenham uma resposta imediata e, a constante monitoria é fundamental para se manter a praga controlada”. Mulilamitti disse ainda que para além destas acções a FAO prevê: – Apoiar a realização de avaliações em cada país sobre o impacto da praga (distribuição/mapeamento, níveis de infestação, danos, perda de rendimento, necessidades da população); – Reforçar a coordenação regional através de sistemas de alerta precoce; – Criação e/ou reforço de sistemas nacionais de vigilância com o envolvimento de parceiros através da prestação de assistência técnica e de aconselha- mento; – Distribuição aos países de guias técnicos com protocolos para auxiliar nas medidas de identificação e controle. A Zâmbia, por exemplo, registou a maior área afectada na região da África Austral, com cerca de 223 000 hectares afectados, dos quais 90 000 de campos de milho, o que levou os agricultores a replantar as suas culturas e, no Zimbabwe, foram afectados cerca de 130 000 hectares. Recorde-se que em 1974, no período colonial português, as exportações dos 15 principais produtos não petrolíferos representaram cerca de 44% do total das exportações angolanas. Somaram, à data, 554,1 milhões de dólares, o que “representaria hoje 27 vezes o total das exporta- ções em 2016”, que foram de 142 milhões de dólares (retirando petróleo e diamantes). Em Angola, depois do milho o arroz é o segundo cereal mais consumido, mas a sua produção interna, apesar dos esforços para o seu incremento, ainda não satisfaz as necessidades, obrigando a reforçar a sua importação.