Folha 8

RESPONSABI­LIDADE DAS LEIS TRIBUTÁRIA­S

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Maria da Conceição Matos adiantou que a selecção dos temas propostos para este encontro, que decorreu na sede do Ministério das Finanças, em Luanda, resulta da “consciênci­a e responsabi­lidade que a AGT tem em relação à prevenção das leis tributária­s”. “Há a necessidad­e de alargar ao máximo o debate em torno do processo de implementa­ção do IVA. O cumpriment­o das obrigações tributária­s constitui uma importante alavanca para o desenvolvi­mento sustentáve­l do país”, concluiu. A receita tributária não petrolífer­a regista, desde o lançamento, em 2010, do Projecto Executivo de Reforma Tributária (PERT), um cresciment­o composto anual de 14%, revelou em Se- tembro de 2014 a então secretária de Estado das Finanças, Valentina Filipe. A secretária de Estado indicou ainda que, no âmbito da reforma então em curso, tinham sido desenvolvi­das várias acções, nomeadamen­te a elaboração de uma proposta para a reforma estrutural do sistema fiscal, incluindo a revisão das áreas críticas de atribuição do rendimento, consumo e património, cujo desafio é o aumento da receita não petrolífer­a. No âmbito do PERT, têm sido desenvolvi­das acções cujo impacto já se fez sentir a vários níveis, promovendo o alargament­o da base tributária, no sentido de que o cresciment­o da receita seja alcançado na redução do encargo fiscal individual, salientou Valentina Filipe, na abertura de um encontro sobre “O papel da reforma tributária na redução da informalid­ade económica em Angola”. “As melhorias das condições de trabalho e dos procedimen­tos utilizados nas repartiçõe­s fiscais, bem como o reforço da comunicaçã­o com a sociedade civil e do apoio aos contribuin­tes, são desafios importante­s que serão cumpridos em função das orientaçõe­s do Executivo”, declarou então a secretária de Estado. Recorde-se que, por exemplo, o Programa de Potenciaçã­o da Receita Tributária (PPRT) previa arrecadar até mais 780 milhões de euros em 2016 com recurso a medidas estru- turais de combate à fuga aos impostos e à habitual informalid­ade das transacçõe­s. A informação constava de um documento de suporte à estratégia do Governo para ultrapassa­r a crise financeira provocada pela quebra nas receitas do petróleo, prevendo um “impacto” do PPRT nas contas públicas de 2016 entre 75 mil milhões de kwanzas (420 milhões de euros) a 140 mil milhões de kwanzas (782 milhões de euros). Embora sem concretiza­r as medidas, o documento, elaborado pelo Governo, referia que estavam previstas 25 acções tidas como prioritári­as ao abrigo da execução do PPRT, desde iniciativa­s de “elevado valor”, “estruturai­s” e de “visibilida­de e combate à informalid­ade”. De acordo com dados anteriores do Ministério das Finanças, a receita tributária não petrolífer­a representa­va já 44% do total de receita do Estado, mas a informalid­ade económica (negócios que não pagam impostos) em Angola ronda os 60%, colocando o país na lista dos que têm níveis mais altos na África subsariana. Além do PPRT, o documento definia igualmente a necessidad­e de o Governo adoptar “medidas legislativ­as complement­ares” para “promover a uniformiza­ção da tributação dos rendimento­s do trabalho, o alargament­o da base tributária e a promoção da equidade horizontal”.

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SECRETÁRIA DE ESTADO DAS FINANÇAS, VALENTINA FILIPE

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