Folha 8

AS SUGESTÕES DA SEMANA

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Rui Tavares, historiado­r português, é o autor de «Esquerda e Direita: Guia histórico para o século XXI» (Edições tinta-da-china, 2015). Com 105 páginas, o pequeno livro é mesmo um guia sobre a diferencia­ção “Esquerda” e “Direita” política, com o incontorná­vel “Centro” ao meio, onde se situam os outros “[…] por não ter opinião formada ou por ter uma opinião igualmente negativa sobre ambos os campos”, p. 23. A questão “Esquerda” ou “Direita” tem a sua história, que remonta à 1789, em Versalhes/frança, no que culminaria com a criação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Aprovada a declaração, colocou-se o tema do poder de veto do rei, figura simbólica do reino, perante às leis aprovadas pela Assembleia Constituin­te, representa­nte do povo. Em «O ocaso dos pirilampos» (Guerra e Paz Editores, 2014) Adriano Mixinge, historiado­r angolano, traz um déspota em pleno monólogo confessand­o e vanglorian­do-se do seu poder sobre a vida e a morte de todos, alertando que o único modo de prosperar na vida é ao som do seu batuque, sobre a sua batuta. O déspota é um batuquero. E do seu falo tudo é criado. À sua medida. E dele ninguém escapa. Do seu poder absoluto todos são vítimas. “[…] eu os submeto todos com o falo e eles já sabem, se querem desfrutar dos sons do meu batuque têm é que ficar calados e não podem ter opiniões próprias”, p. 75. Esse é o déspota por todos conhecidos mas pela esmagadora maioria temido e adorado, simplesmen­te porque “Tudo o que pensarem tem de ser uma interpreta­ção ajustada às minhas ordens” p.75. O filme «Corra», ou «Get Out» (2017), no original, é sobre racismo. O racismo é um terror. E o terror às vezes chega com sorrisos e de mansinho. Terrorismo! E o racismo é uma questão que se vai agudizar a cada dia, numa velocidade assustador­a. Traz Daniel Kaluuya no principal papel . Valete é quem canta «Poder», onde fala sobre o verdadeiro poder que nasce da luz que as pessoas poderosas criam, como a luz de Leon Tolstoy, Thomas Edison, Sidarta, Mandela, ou Dostoiévsk­i. Se não criarmos o novo que ilumina a escuridão então não trouxemos nada. “Sempre que tu és magnânimo, sempre que és inspirador, tu estás a produzir luz, e as pessoas querem estar perto da luz, por isso quando produzes luz tu atrais pessoas, e quanto mais altruísta, quanto mais inspirador tu fores, mais pessoas querem estar perto de ti, mais pessoas te querem seguir, esse é o verdadeiro poder, o poder da luz”. Oiça a música aqui: https://www.youtube.com/ watch?v=dcsl2k3zi_e.

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