DIVINO, ÚNICO E EMÉRITO ELEVADO À 38ª POTÊNCIA!
Foi apreciado o projecto de regulamento da atribuição dos títulos de presidente emérito, de membro honorífico do CC e de “militante distinto” do MPLA, em conformidade com os estatutos do partido.
Olíder do MPLA, e que durante 38 anos foi ao mesmo tempo (entre outros cargos) Presidente de Angola, desejou quinta-feira, em Luanda, que o próximo congresso do partido, que vai marcar a passagem do ceptro supostamente legitimada pela eleição de um presidente… já eleito, se afirme como um momento de “unidade e de coesão política e ideológica”. José Eduardo dos Santos discursava na abertura da IV sessão extraordinária do Comité Central (CC) do MPLA, realizada para analisar os preparativos do VI congresso extraordinário do partido no poder desde a independência, que se realiza a 8 de Se- tembro próximo. Segundo José Eduardo dos Santos, líder do partido desde 1979, o encontro de quinta-feira visou proceder à apreciação do projecto de informação do Comité Central do MPLA ao congresso. Por outro lado, foi apreciado o projecto de regulamento da atribuição dos títulos de presidente emérito, de membro honorífico do CC e de “militante distinto” do MPLA, em conformidade com os estatutos do partido. Desconhece-se se haverá alguma proposta para outros títulos, casos de “arquitecto da paz” e “escolhido de Deus”… O também ex-presidente da República de Angola, que esteve 38 anos no poder sem nunca ter sido nominalmente eleito, referiu que a preparação do congresso entrou na fase derradeira, “para a qual os membros da direcção do partido, os militantes, simpatizantes e amigos não têm poupado esforços para que seja um êxito e alcance os objectivos pretendidos”. “Na verdade, desejamos que o VI congresso extraordinário, que vai marcar uma transição política no seio do partido, se afirme como um momento de unidade e de coesão política e ideológica”, disse José Eduardo dos Santos. Que ele sabe o que diz, disso ninguém tem dúvidas. Se ele diz o que sabe, aí a história pia mais fino. Segundo o líder do MPLA, os documentos submetidos à consideração do CC “espelham a vontade da massa militante do partido, que foi devidamente consultada, através dos respectivos comités provinciais, que realizaram reuniões plenárias no período de 7 a 12 de Junho do presente ano”.