CURIOSIDADES DA… PÓLVORA
Recorde-se que o Governo anterior, do qual João Lourenço foi ministro da Defesa, garantira que iria “aligeirar” a concessão de vistos de turismo e com isso captar receitas, tendo para o efeito criado um grupo de trabalho que apresentou, ainda em 2016, propostas ao Presidente da República. A informação constava de um despacho presidencial que criou este grupo de trabalho “para aligeirar o sistema de atribuição de vistos para turismo”, coordenado pelo ministro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, e que integrava, entre outros, os directores dos serviços de Inteligência Externa, de Inteligência e Segurança do Estado e de Migração e Estrangeiros. A dificuldade e burocracia envolvendo a concessão de vistos para entrada em Angola, nomeadamente com turistas a necessitarem de documentos de chamada para poderem entrar no país, era uma das principais críticas de empresários e de responsáveis do sector, em específico. Aquele despacho presidencial reconhecia a “necessidade de melhorar e agilizar o sistema de atribuição de vistos de turismo”, para que os destinos turísticos angolanos “fiquem à disposição dos turistas nacionais e internacionais”. Admitia também a “existência de alguns factores que devem ser removidos para que os programas sejam concretizados”, especialmente “no âmbito da captação de receitas, que é um dos objectivos do Plano Operativo do Turismo, como estratégia para saída da crise e diversificação da economia” angolana, face à quebra nas receitas do petróleo. O grupo integrava ainda, entre outros elementos, os ministros das Relações Exteriores e da Hotelaria e Turismo, e tinha como atribuições a realização de “um estudo sobre o sistema de vistos de outros países que dominam o turismo” e “criar um sistema de concessão de vistos de turismo em Angola, que permita aligeirar o processo actual, com base na legislação em vigor”. O sector do Turismo em Angola empregava em 2015 cerca de 192.000 trabalhadores, representando então mais de 530 mil visitas anuais. Numa estratégia de diversificação da economia, que continua dependente das exportações de petróleo, e das suas receitas, a meta do exe- cutivo angolano da altura passava por atingir um milhão de trabalhadores e 4,7 milhões de turistas (acumulado) até 2020. Angola conta actualmente com cerca de 180 unidades hoteleiras de várias dimensões, totalizando à volta de 8.000 camas, segundo dados do Governo.