O QUE CONTA É O RÓTULO
OPresidente de Angola, João Lourenço, criou, por decreto, um grupo de trabalho para criar um plano para melhorar a imagem institucional do Governo. Os decretos Presidenciais n.º 89/12 e nº 90/12 de 18 de Maio de 2012 tinham criado o GRECIMA (Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração). Quando não se consegue, ou não se quer, mudar os excrementos, a porcaria, a sujidade (vulgo “merda”), o melhor mesmo é mudar as moscas. É tudo uma questão estratégica de quem, por décadas de habituação, já não sabe a diferença entre dormir com a Maria José ou com o José Maria. O Gabinete criado por José Eduardo dos Santos, então considerado – mesmo por João Lourenço – o “escolhido de Deus”, tinha por missão dinamizar o apoio técnico ao Presidente da República na coordenação e implementação das linhas político-estratégicas relativas à comunicação institucional e marketing da República de Angola e do Executivo, a nível interno e externo. Foi-lhe dada autonomia administrativa, financeira e patrimonial e dependia do Presidente da República.o GRECIMA, no desempenho das funções que lhe foram atribuídas, desenvolvia várias iniciativas e programas destinados a salientar e difundir a nova Angola (do MPLA, mais propriamente dito) em paz e em desenvolvimento, que deixava no passado décadas de conflito e avança, confiante para um futuro de prosperidade partilhada e desenvolvimento participado. Actividades de formação e comunicação eram – diziam – planeadas para envolverem a sociedade civil e engajarem os angolanos. Este programa, citamos o site do organismo, visava promover a educação Patriótica, pela valorização dos Símbolos Nacionais e pela promoção das figuras históricas da luta de resistência anticolonial e de libertação nacional, bem como, do processo de democratização e consolidação do Estado democrático de direito. Promovia, ainda, a coesão social levando junto das populações informação e meios educativos nas áreas da saúde, justiça, educação cívica e patriótica, educação rodoviária, emprego, literatura, microcrédito, integração social, habitação, infra-estruturas, sa- neamento básico, redes de águas e outros projectos sociais. Outro objectivo consistia em impulsionar, nacional e internacionalmente, o orgulho pela nacionalidade Angolana. Promover os sectores da cultura, as artes, a gastronomia, literatura, desporto, artes, música, moda, fotografia, geografia, inovação. Promover a produção, o consumo e o empreendimento nacional. Promover no exterior o orgulho nacional junto das comunidades e junto dos principais fóruns de opinião do mundo. Finalmente, “Amo Angola” pretende promover a compilação, edição e divulgação de materiais mediáticos sobre o que de melhor se tem e se cria no País. Esta iniciativa desenvolvia-se em três frentes, visando divulgar, no país e no mundo, a literatura, gastronomia e artesanato angolanos. A intervenção da iniciativa “Angola Cria” na área da literatura tinha como objectivo celebrar e promover os escritores nacionais, a língua portuguesa e a literatura Angolana, no interior e no exterior do País. Incentivo à participação de todos os Angolanos no levantamento da sua cultura imbuída de sabores únicos, que assim terão oportunidade de a mostrar ao mundo, promovendo-a aos olhos da nação e do exterior. Pretendia também, dizia-se, contribuir para o estímulo da criatividade dos artesãos nacionais e para o seu desenvolvimento económico e projecção internacional. Tinha ainda como objectivo ajudar a preservar uma das heranças culturais com maior presença tanto no interior como no exterior do País. Os programas televisivos de qualidade eram outra forma de intervenção junto da sociedade angolana, mobilizando-a para participar na construção do seu futuro e orgulhar-se do seu país. “Angola Magazine”, era difundido às segundas-feiras, após Telejornal na TPA 1. Destacava, através de uma abordagem mais profunda do que o permitido pelos noticiários diários, acontecimentos recentes de importância política, económica, social e cultural. “Gente da Banda”, no ar à terça-feira, após o Telejornal na TPA 1, traria à banda os angolanos que vivem e honram o seu país… noutros países. Eram crónicas de vidas angolanas na Europa, América do Norte e do Sul e noutros países africanos. “Vencedores”, traria à antena da TPA 1, quinta-feira depois do Telejornal, a história de um angolano ou angolana de sucesso que, contra tudo e contra todos se afirmou no mundo empresarial através do trabalho árduo, digno e incansável. “Amar Angola”, transmitido à sexta-feira, depois do telejornal da TPA 1, revelaria a história de um estrangeiro que ama tanto Angola que… nunca mais se foi embora. Fosse uma cabeleireira portuguesa, um diplomata cubano ou um engenheiro sul-africano, todos têm em comum um amor por esta terra a que decidiram chamar o seu novo lar. O GRECIMA promovia, também, acções de formação destinadas a contribuir para uma maior eficácia na comunicação com a opinião pública interna e externa.