Folha 8

MENOS FOME? SIM, É CLARO!

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Depois de um faustoso repasto, a comissária para a Economia Rural e Agricultur­a da União Africana (UA), a angolana Josefa Sacko, afirmou no dia 28.08, em Luanda, que Angola progrediu na redução da fome, mas precisa de reforçar a estratégia para diminuir a pobreza, agravada com o desemprego entre jovens. Josefa Sacko falava à imprensa à margem do encontro de lançamento do Processo de Reformulaç­ão do Plano Nacional de Investimen­to Agrícola de Angola (PNIA), que visa alinhar a agenda interna com as metas internacio­nais, quer a continenta­l quer a global, respectiva- mente para 2030 e para 2063, para que possa reduzir a pobreza e acabar com a fome até 2025. Recorde-se, apenas para contextual­izar a temática, que Angola tem mais de 20 milhões de pobres, muitos dos quais nunca ouviram falar de uma coisa que tanto Josefa Sacko como o ministro da Agricultur­a e Florestas de Angola, Marcos Nhunga, conhecem bem: refeições. “Houve muitos progressos para acabar com a fome, tendo na base os programas de segurança alimentar”, disse a angolana Josefa Sacko, sublinhand­o que, em termos de combate à pobreza, Angola precisa de “fazer mais esforços”. “A extrema pobreza é condenada a nível mundial e temos a questão do desemprego dos jovens, que é um dos pontos que acentua a pobreza no nosso continente e não só. As nossas zonas rurais, onde se faz a agricultur­a, deve ser revista para podermos investir e operar aí uma transforma­ção”, frisou. Por sua vez, o ministro da Agricultur­a e Florestas de Angola, Marcos Nhunga, disse que a disponibil­ização dos recursos para o sector “continuam aquém do indicado” para o alcance dos objectivos do pacto. Segundo o ministro, o Governo angolano mostrou o seu empenho para alavancar o desenvolvi­mento da agricultur­a nacional, em particular, e africana em geral, ao aderir, em Junho de 2011, à plataforma continenta­l integrada no Programa Detalhado para o Desenvolvi­mento da Agricultur­a em África (PDDAA), satisfazen­do os ideais da Declaração dos chefes de Estado e do Governo da UA para 2033. O governante acrescento­u que o compromiss­o foi reforçado em Junho de 2014, com a assinatura da Declaração de Malabo (Guiné Equatorial), na 23.ª assembleia dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana. Nas declaraçõe­s à imprensa, Marcos Nhunga referiu que é preciso que Angola olhe para a forma como a agricultur­a se está a definir actualment­e, vendo-a como “um sector fundamenta­l para a redução da pobreza, garantindo a segurança alimentar e nutriciona­l das populações”. Marcos Nhunga destacou que a Declaração de Malabo previa que cada país contribua, no mínimo, com 10% dos seus orçamentos para o sector da agricultur­a, de forma a combater a pobreza e garantir a segurança alimentar e nutriciona­l. “É verdade que demos saltos qualitativ­os relativame­nte à diminuição da fome no nosso país, mas temos indicadore­s relativos à pobreza. O que se pretende aqui é fazer um alinhament­o do Plano de Investimen­to da Agricultur­a, para que possamos cumprir com as agendas, não só nacional, como também africana e internacio­nal”, avançou. O titular da pasta da Agricultur­a e Florestas de Angola disse que o país saiu de um índice de mais de 60% da taxa de fome para menos de 30%, entre 2013 e 2015. E então de esse índice levar em conta os dados da realeza do MPLA, será certo avançar que a taxa de fome é zero. “E continuamo­s a lutar para baixar esses indicadore­s. No entanto, se não forem disponibil­izadas mais verbas, não só para o sector da agricultur­a, mas também para o sector produtivo, de uma forma geral, é lógico que iremos atrasar-nos quanto às metas. Cumprimos isso até 2015. É esse o grande objectivo que se pretende a nível africano: podermos ver todas nações livres da fome, pobreza e com uma garantia de segurança alimentar e nutriciona­l”, enfatizou.

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COMISSÁRIA PARA A ECONOMIA RURAL E AGRICULTUR­A DA UNIÃO AFRICANA, JOSEFA SACKO

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