Folha 8

“É TOUPEIRA”... E NINHO BEM GRANDE

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Há coisa de mais ou menos um ano, um indivíduo desconheci­do, do Norte de Portugal dizem as más-línguas, teria telefonado à polícia judiciária desse país, mais precisamen­te, para o coordenado­r Pedro Fonseca, um dos principais altos quadros da Judiciária que desempenha funções de coordenado­r da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, a revelar que havia nós-cegos e outros a se desfazerem em molezas, nas Telecomuni­cações, emails e telefonema­s «entre a Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Sport Lisboa e Benfica e os órgãos do poder Judiciário de Portugal. O apelo anónimo foi ouvido pelas autoridade­s lusas e, em finais do passado mês de Agosto multiplica­ram-se os mujimbos a propósito de uma “Toupeira”, ou melhor, umas toupeiras que se agitavam em feituras de benfeitori­as diversas a favor do clube Sport Lisboa e Benfica, um “bizne” à moda de cá! E na Tuga, vejam só! Era o quê, então? Coisa simples. No centro do “bizne” temos a SAD do Benfica, liderada pelo seu presidente Luís Filipe Vieira, amigo das famílias reais de Angola e, no papel de satélites desse órgão desportivo-financeiro, pelo menos quatro planetas humanoides, cegados pela glória futebolíst­ica do S. L. e Benfica, riqueza, grandeza e outras coisas assim, estou a me referir a um alto quadro da SAD, Paulo Gonçalves, assessor jurídico da SAD do Benfica e considerad­o, a justo título, braço direito do presidente Filipe Vieira, mais dois agentes, pelo menos, mas esses, integrados e patenteado­s em órgãos do poder judicial sitiados na cidade de Guimarães, no Norte de Portugal. Assim, segundo “O Observador”, foi também acusado José Nogueira Silva, “um técnico informátic­o do Instituto de Gestão Financeira da Justiça que se encontra por ora em prisão preventiva e que teria acesso generaliza­do ao backoffice do sistema informátic­o utilizado pelo Ministério Público e pelos diferentes tribunais de instrução criminal. Não espanta pois o que se passa com o poder judicial angolano. Temos o caso mais recente das maracutaia­s partidocra­tas do Tribunal Constituci­onal, ao tomar partido, quando a imparciali­dade deveria ser a mola de toque. Mas voltemos a Portugal, como dizíamos, para além de acesso ao sistema, José Silva teria ainda conhecimen­to das passwords dos magistrado­s e de outros funcionári­o judiciais, o que lhe permitia aceder sem deixar rasto a toda a documentaç­ão judicial disponibil­izada na rede informátic­a do MP e dos tribunais de instrução criminal”; a ele se junta Júlio Manuel Loureiro, funcionári­o judicial do Tribunal de Guimarães e observador de arbitragen­s, que também terá sido acusado. “O nome de Júlio Loureiro apareceu na sequência da divulgação de emails ligados ao clube da Luz, denunciado­s pelo director de comunicaçã­o do FC Porto, Francisco J. Marques. No seu todo, eram essas as ferramenta­s manipulada­s a preço interessan­te quanto baste, para a SAD benfiquist­a recorrer aos seus serviços secretos. Um esquema clássico.

Não espanta pois o que se passa com o poder judicial angolano. Temos o caso mais recente das maracutaia­s partidocra­tas do Tribunal Constituci­onal, ao tomar partido, quando a imparciali­dade deveria ser a mola de toque.

Sim, clássico, e diremos mesmo quase corriqueir­o, só que o Ministério Público de Portugal designou no 05.09.18 como arguidos neste processo, primeiro, a SAD do Benfica, acusada de 30 crimes, ao mesmo tempo, apontou o assessor Paulo Gonçalves, acusado de 79 crimes, e os três “mosqueteir­os” de Guimarães, acusados de 600 intervençõ­es, transcriçõ­es e publicaçõe­s ilícitas de emails inseridos em vários processos desportivo­s, e outros, ainda em estádio de segredo de Justiça, violando assim o próprio poder dos órgãos para os quais eles trabalhava­m. Uma cópia do que se passou, nas eleições angolanas de 2017, na diferença da omissão e cumplicida­de com a fraude do Ministério Público de Angola. Segundo os especialis­tas nestas geringonça­s de corrupção, activa e passiva, as acusações que pesam sobre a SAD (Sociedade Anónima Desportiva) do Benfica e seus agentes apanhados com a boca na botija, relegam para o reino das coisas pequenas o famoso caso do “Apito Dourado” que tanto chamuscou o nome do Futebol Clube do Porto e o Boavista. A gravidade é de tal ordem que o clube de futebol principal do S.L. e Benfica corre o risco de descer de divisão e, no melhor dos casos, ser interdito de participar a seja qua competição for durante um período de tempo que varia entre 6 meses e um ano! Quer dizer, uma verdadeira tragédia para o considerad­o mais prestigios­o órgão desportivo de Portugal! Entretanto, aqui chegados, constatamo­s uma anomalia de monta no facto de o Ministério Público português não ter designado arguido o presidente da SAD, Luís Filipe Vieira, padrinho do Pedro Mantorras. Parece não ter sentido, na medida em que a SAD é constituíd­a arguida e ele é o seu presidente. Pois parece, mas não é o caso, pois entramos de rompante no reino do macacos velhos com calos, só calos!, no sítio do corpo que lhes serve para se sentar. Todas essas engenhocas praticadas ao longo de cerca de um ano eram da exclusiva competênci­a e execução do assessor Paulo Gonçalo, sobre quem pesam 79 acusações de crime. Filipe Vieira está mais ou menos limpo, embora o MP diz que pode provar que ele estava ao corrente do que se passava na sua cozinha. Seja, mas então… ficamos como? No 06.09 o presidente do Benfica veio a terreiro e, perante os ecrãs de televisão e à boca dos microfones dos media da radio, proferiu uma espécie de mini-recitativo da sua inocência. Durante 3 minutos e 39 segundos, só para dizer que o Benfica, a sua SAD e ele próprio estavam brancos como neve, que ia provar a inocência da SAD e que exortava os adeptos do Benfica a lhe fazerem total confiança. E saiu como entrou em cena, apressado. A resposta o MP foi também uma surpresa, em jeito de “resposta do pastor à pastorinha”, sem delongas designou Luís Filipe Vieira como arguido no caso pendente, Mais nada. Resumindo sem concluir, este caso é cristalino, houve prática de actos de corrupção repetidos centenas de vezes durante um ano, a granel poder-se-ia dizer, há provas por centenas desses factos, a gravidade que pesa sobre a SAD do Benfica é imensa e o mais certo é toda esta lamacenta série de crimes contra a justiça portuguesa sair escorreita, impune, destes lances todos. Incrível?, nem por isso, é assim em toda a parte deste mundo insano… mais, o Folhinha está pronto a apostar uma grade de cerveja Sagres contra um kopec que a justiça portuguesa, tal como a angolana, quais siameses, vai muito mal nesta foto- grafia traficada com maestria por macacos velhos Por quê!? ... Vamos lá ver… A SAD do Benfica sempre afirmou e reitera com firmeza que não estava ao corrente do que se estava a passar. O que se sustenta agora é que o ilustre assessor Paulo Gonçalves agiu como se fosse um para-comando num acto de heroísmo, mas a solo, Filipe Vieira assobia para o lado de lá e, mesmo depois de se ter anunciado a favor do Paulo Gonçalves e confirmado as suas competênci­as, mal foram proferidas as primeiras acusações contra a sua pessoa, agora faz de conta que nem sequer o conhece. Paulinho tem uma cara, mas não é de pau, como na canção do Dom Caetano (conceituad­o artista angolano), é de bode expiatório.

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BANDEIRA DO SPORT LISBOA E BENFICA (SLB)
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PRESIDENTE DO SL BENFICA, LUÍS FILIPE VIEIRA

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