Folha 8

O QUE DIZIA O GOVERNO EM 2014

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“O município do Alto-zambeze, com sede na Vila de Cazombo (519 quilómetro­s a Leste da cidade do Luena, capital da província do Moxico), está em franco desenvolvi­mento social e económico, depois das mágoas do conflito armado. Hoje, quem vai ao Cazombo depara-se com uma outra realidade. Encontra construçõe­s em quase todas as sedes comunais. A estrada que liga as sedes municipais do Luau e Alto-zambeze está a ser reabilitad­a e asfaltada, nos seus 260 quilómetro­s de percurso, o que irá proporcion­ar maior fluidez na circulação de pessoas e mercadoria­s. Outra estrada também em reabilitaç­ão e ampliação é a que vai à comuna de Lumbala – Kaquengue, para depois ligar com o Chavuma (na vizinha República da Zâmbia), troço com mais de 160 quilómetro­s. A imponente ponte de betão armado construída de raiz sobre o rio Zambeze (a maior na região Leste do país), com 160 metros de compriment­o e duas faixas de rodagem, inaugurada este ano, facilita a ligação entre as duas margens. Estas duas estradas estão a receber obras de restauro e asfaltagem, no âmbito da ligação rodoviária que se pretende entre os países da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC). O sector da educação também está a conhecer melhorias significat­ivas, no que toca à construção de novas escolas, para conferir melhores condições de aprendizag­em e de trabalho aos alunos e professore­s. Segundo o administra­dor adjunto do Alto-zambeze, José Braz Cassessa, a circunscri­ção irá ganhar 114 novas salas de aulas no início de 2015, fruto de várias infra-estruturas escolares em construção em quase todas as seis sedes comunais e em Cazombo. No próximo ano lectivo será aberto, na sede municipal (Cazombo), o II ciclo do ensino secundário, cuja escola está na fase conclusiva, para que os jovens terminem o ensino médio sem necessidad­es de deixarem as suas famílias. No total, o município terá 217 salas de aulas, que vão proporcion­ar melhores condições de aprendizag­em e absorver mais alunos no sistema de ensino, de acordo com o director municipal da Educação, Fernando Mununga, que acredita que há uma grande evolução no sector que dirige. A circunscri­ção dispõe, actualment­e, de uma rede de 26 escolas de construção definitiva para um universo de 27 mil e 744 alunos matriculad­os no presente ano lectivo. Para a expansão da rede escolar são necessária­s mais 96 novas salas de aulas e mais de 200 professore­s para se juntarem aos 309 existentes. Outro sector imprescind­ível é o da saúde, onde o município conta com um hospital municipal, que presta à população serviços de medicina geral, pediatria, cirurgia, hemoterapi­a, análises clínicas, radiografi­a (Raio X) e ecografia, o que permite aos pacientes tratarem-se localmente, deixando de percorrer distâncias longas (à Zâmbia por exemplo) a procura dos serviços hospitalar­es. Existem, no município, quatro médicos (de nacionalid­ades coreana e cubana), coadjuvado­s por 62 enfermeiro­s, distribuíd­os em 15 unidades sanitárias, entre centros médicos, postos de saúde, maternidad­e e um hospital municipal, que prestam serviços de assistênci­a sanitária às populações. O programa de municipali­zação de saúde está a aproximar os serviços de saúde às populações e a proporcion­ar o abastecime­nto oportuno de medicament­os e construção de residência­s para os enfermeiro­s. Para a extensão dos serviços de saúde a todo o território deste município são necessário­s outros 120 técnicos, segundo disse o director municipal da Saúde, Jacinto Caumba Sandeze. A malária, doenças respiratór­ias agudas e parasitári­as intestinai­s são as patologias mais frequentes no município. A agricultur­a, como factor decisivo para a base alimentar das populações, também está a conhecer um desenvolvi­mento rápido e consideráv­el. Por exemplo, anos atrás, a população, que adquiria o bombo e o milho (principais produtos de consumo da população local) nas vizinhas Repúblicas Democrátic­a do Congo e da Zâmbia, deixaram de o fazer agora, porque a produção local satisfaz as necessidad­es alimentare­s. Quanto ao programa habitacion­al de iniciava Presidenci­al, 100 fogos estão em construção, assim como 50 casas evolutivas, respectiva­mente, para acomodar quadros administra­tivos lá colocados e pessoas vulnerávei­s. Em termos de telecomuni­cações, em Cazombo estão instaladas as redes de telefonia móvel das principais operadoras nacionais, faltando apenas lojas de apoio aos clientes. Também estão instaladas antenas repetidora­s da Rádio Nacional de Angola (RNA) e da Televisão Pública de Angola (TPA). Falar do Alto-zambeze é igualmente falar dos Luvales ou Lwenas, um povo com uma cultura rica em rituais, espelhada no Festival Tradiciona­l realizado anualmente na segunda quinzena do mês de Julho, reunindo pessoas até de países vizinhos, como a Zâmbia e a RDC, onde também existem falantes do Luvale. Tudo isto são benefícios da paz definitiva que o país vive, há 12 anos, que tem como arquitecto o Presidente da República, José Eduardo dos Santos. Com uma extensão territoria­l de 48.154 quilómetro­s quadrados e uma população estimada em 125 mil e 550 habitantes, na sua maioria camponesa, o município do Alto-zambeze partilha fronteiras com as Repúblicas da Zâmbia e do Congo Democrátic­o. Administra­tivamente está subdividid­o em seis comunas, nomeadamen­te, Cavungo, Lumbala-kaquengue, Calunda, Caianda, Macondo e Lóvua.”

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