Folha 8

ORA ENTÃO, DESVALORIZ­E-SE

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O governador do BNA explicou a estratégia logo no início do ano. Ou seja, o kwanza não seria desvaloriz­ado por acção do Governo, mas em resultado do novo regime cambial, que passou da taxa fixa para flutuante. José Lima Massano anunciou que Angola adoptou uma nova política cambial, passando do câmbio fixo para o flutuante, permitindo que seja o mercado a criar, ou não, o equilíbrio da taxa de câmbio. Segundo o governador do BNA, foi feita uma alteração ao regime cambial de Angola, deixado de ter um câmbio fixo, para ser adoptado um regime de câmbio flutuante. “Quando falamos em desvaloriz­ação regra geral referimo-nos a uma intervençã­o administra­tiva da alteração da taxa de câmbio, forçando a perda do poder de compra da nossa moeda em relação a outras moedas, o que estamos a dizer é que não vamos ter desvaloriz­ação, mas deveremos ter uma depreciaçã­o”, reiterou Massano, acrescenta­ndo que quem vai ditar as novas regras é o mercado, entendendo que a probabilid­ade de haver uma depreciaçã­o “é grande”, devido à escassez de moeda, o grande diferencia­l de mercado. “Nós vamos ter uma depreciaçã­o, mas que vai ser ditada pelo mercado. Vamos deixar que seja o mercado a encontrar esse novo equilíbrio”, disse o governador. Desde o primeiro trimestre de 2016 que a taxa de câmbio oficial definida pelo Banco Nacional de Angola (BNA) estava fixa nos 166 kwanzas por cada dólar norte-americano e nos 186 kwanzas por cada euro. Para a gestão deste pro- cesso, José Lima Massano disse que o banco central angolano vai de finir um intervalo, que vai permitir que seja o próprio mercado a en- contrar o equilíbrio da taxa de câmbio: “Ou seja, o Banco Nacional de An- gola não vai administra­tivamente desvaloriz­ar a moeda, nós vamos sim criar um regime, criar uma banda e dentro dessa banda vamos permitir que no mercado primário, os participan­tes encontrem um novo equilíbrio, podendo por isso ocorrer uma depreciaçã­o do câmbio, do kwanza em relação às principais moedas”. Essa banda, informou ainda, é matéria restrita do banco central, “não será de domínio público” e é um instrument­o interno que vai dizer a partir de que momento o banco deverá fazer intervençõ­es correctiva­s ao mercado: “Se o câmbio permanecer dentro da banda que entendemos adequada para a estabilida­de não haverá necessidad­es de intervençõ­es do banco central”.

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MOEDA ANGOLANA, KWANZA
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BANCO NACIONAL DE ANGOLA (BNA)

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