MILHÕES CONTINUAM SEM SABER LER NEM ESCREVER
A ministra da Educação, Maria Cândida Teixeira disse, em Luanda, após a assinatura de um protocolo de cooperação entre o Ministério da Educação (MED) e a Igreja Metodista Unida Angola (IMUA), que visa a criação de turmas de alfabetização nos seus templos da Conferência do Oeste de Angola, que abarca 12 províncias do país, haver muitas crianças, que andando na escola, não sabem ler, nem escrever. É o claro ser este, um mérito do MPLA, no poder faz 43 anos. A governante reconheceu que muitos dos problemas vividos na sociedade angolana, como a violência doméstica, gravidez precoce, criminalidade, prostituição, “entre outros males”, estão ligados à falta ou à pouca instrução e educação das pessoas. Por esse motivo, ressaltou, o sector da Educação pretende implementar os programas contidos na Agenda 2030, que visa transformar a vida da população através da educação como principal impulsionadora para o desenvolvimento do país e bem-estar dos cidadãos. Maria Cândida Teixeira referiu estar comprometida em estender e melhorar a rede de ensino pelo país, para que todos cidadãos possam ter acesso a formação académica. Por seu turno, o assistente do bispo da Igreja Metodis- ta Unida, reverendo Manuel André, afirmou que o protocolo tem o objectivo de “redimensionar o combate sem tréguas ao analfabetismo”. Salientou que a Igreja Metodista Unida tem, doravante, o compromisso de transformar os templos em centros de escolaridade, para ajudar os cidadãos que necessitam de aprender a ler e a escrever. Já o especialista de programas da UNESCO em Angola, Nicolau Bubuzi, lembrou que, actualmente, existem mais de 360 milhões de crianças e adolescentes em todos o mundo que estão fora do sistema de ensino. Por outro lado, acrescentou, seis em cada 10 crianças e adolescentes, o equi- valente a 617 milhões de pessoas, não adquirem as competências mínimas em literacia. Acrescentou que 750 milhões de jovens e adultos ainda não sabem ler nem escrever, dos quais dois terços são mulheres, factores que estão na base da exclusão social, da desigualdade social e do género. O memorando, assinado pelo director nacional do Ensino de Adulto, Evaristo Pedro, e o reverendo Manuel, prevê que a IMUA disponibilize as turmas e os professores, enquanto o MED vai responsabilizar-se pela formação dos alfabetizadores voluntários e garantir o fornecimento do material didáctico e a certificação dos formandos.