PERCURSO
AGOSTINHO NETO nasceu na aldeia de Kaxicane, região de Icolo e Bengo, Província do Bengo. Após ter concluído o curso liceal em Luanda, viria a tornar-se rapidamente uma figura proeminente do movimento cultural nacionalista que, na décadada de quarenta, conheceu uma fase de vigorosa expansão em Angola. Muda-se para Portugal, em 1947, para estudar Medicina, na Faculdade de Medicina de Coimbra, e posteriormente na de Lisboa. Envolve-se, desde muito cedo na actividade política sendo preso em 1951, quando reunia assinaturas para a Conferência Mundial da Paz em Estocolmo. Após a sua libertação, retoma a actividade política, tornando-se representante da Juventude das colónias portuguesas junto do Movimento da Juventude Portuguesa, o MUD juvenil. Em Fevereiro de 1955, é novamente preso pela PIDE (Polícia Política) e, em Junho de 1957, é libertado. Em 1958, licenciou-se em Medicina, na Faculdade de Medicina de Lisboa. Neste mesmo ano, foi um dos fundadores do clandestino Movimento Anticolonial (MAC), que reunia patriotas oriundos das diversas colónias portuguesas. Exerceu medicina após o seu regresso a Angola, em 30 de Dezembro de 1959. A 8 de Junho de 1960, foi novamente preso pela PIDE no seu consultório em Luanda, tendo sido transferido para uma prisão em Lisboa e, mais tarde, foi enviado para Cabo-verde. Sob forte pressão, interna e externa, Agostinho Neto foi libertado em 1962, tendo fixado residência em Portugal. Em Dezembro desse mesmo ano, foi eleito presidente do MPLA durante a Conferência Nacional do Movimento. Em 1970, foi-lhe atribuído o Prémio Lótus, pela Conferência dos Escritores Afro-asiáticos com a “Revolução dos Cravos” em Portugal e a derrocada do regime fascista de Salazar, em 25 de Abril de 1974. Agostinho Neto regressa a Luanda no dia 4 de Fevereiro de 1975, sendo alvo da mais grandiosa manifestação popular de que há memória em Angola. Membro fundador da União dos Escritores Angolanos foi eleito pelos seus pares Primeiro Presidente da República, em 1975.