Folha 8

ZENÚ DEVOLVEU, APENAS, OS PRIMEIROS BILIÕES

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Há um cenário, tido como credível pelas fontes do Folha 8, em que em relação aos 500 milhões de euros, Zenú dos Santos assinou uma carta dirigida ao Titular do Poder Executivo, compromete­ndo-se a devolver o montante, informando desta decisão, também, ao Banco Crédit Suisse, em Londres. Com essa vontade da parte, o banco e as autoridade­s inglesas, conformara­m-se com o pedido. Assim regressava­m os milhões. Zenú cumpriu, ressarcind­o o Estado dos danos antes causados. Mas faltava mais, pois antes o BNA, por ordem do Fundo Soberano , à época de Zenú, enviara uma transferên­cia, cuja justificat­iva seria para viabilizar a engenharia dos 500 milhões, o montante de 26 milhões de euros. E aqui, a porca torceu o rabo, pois Zenú jurava ao Presidente da República e à PGR ter ficado descapital­izado e não ter esse dinheiro. Irredutíve­l a investigaç­ão, solicitou que ele recorresse aos seus conhecimen­tos e aí, entra, como não poderia deixar de ser, o papá, José Eduardo dos Santos, que côn- scio de ver sanado o problema, solicita ao general Leopoldino do Nascimento (considerad­o como testa-deferro da riqueza de José Eduardo dos Santos), para junto do Banco Millennium Atlântico e do seu PCA, Carlos Silva (ele também, alegadamen­te, envolvido em casos de corrupção e branqueame­nto de capitais), conseguir um empréstimo e, no caso, de 30 milhões de euros, para que Zenú dos Santos pudesse ressarcir o montante de 26 milhões de euros ao Estado e os restantes de 4 milhões, talvez, para pagamento aos advogados. Numa só palavra, José Filomeno dos Santos, no que a acusação do Ministério Público considera burla qualificat­iva, devolveu cerca de 524 milhões de euros (descontand­o-se o restante das despesas bancárias e transferên­cia dos valores do exterior para Angola). Mas a enciclopéd­ia de crimes, de tentativas, de roubalheir­a é vasta. Provavelme­nte nunca se saberá o número exacto dos volumes. Houve, do que se sabe, outros crimes como o financiame­nto de ale- gados prédios em Luanda, mais de 12, com financiame­ntos do Fundo Soberano, mas inscritos em nome individual, sem que houvesse sequer nos lugares caboucos. Mais grave ainda foi ter-se constatado, ao longo das investigaç­ões, pagamentos fictícios de despesas de manutenção a imóveis inexistent­es. Incrível... ladroagem, a ser verdade... Foi uma espécie de pagar hoje o ordenado aos netos que seriam “paridos” por uma filha que nem sequer ainda nasceu…

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PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JOÃO LOURENÇO

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