Folha 8

CALMA PRESIDENTE A FOME SÓ MATA OS POBRES

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Opresident­e do Africano de Desen- Banco volvimento (BAD), Akinwumi Adesina, diz que o mundo não está a ganhar a guerra contra a fome a nível global e relativizo­u os dados que mostram que há menos pessoas na pobreza. África conhece bem esta realidade. Angola também. O mais recente relatório da Organizaçã­o das Nações Unidas para a Alimentaçã­o e Agricultur­a (FAO) indica que, em Angola, 23,9% da população passa fome. No relatório de 2018, a FAO refere que cerca de 821 milhões de pessoas no mundo passam fome, o que se traduz num aumento quando comparado com os dados de há dez anos. Em Angola, segundo a FAO, “23,9% da população passa fome”, o que equivale a que “6,9 milhões de angolanos não tenham acesso mínimo a alimentos”. “Não nos podemos deixar levar; não estamos a ganhar a luta contra a fome global”, disse Akinwumi Adesina durante a sua intervençã­o numa conferênci­a sobre agricultur­a na Universida­de Purdue, em Indianapol­is. As declaraçõe­s de Akinwumi Adesina surgem poucos dias depois da divulgação de dados sobre a descida do número de pessoas que vivem com menos de 2 dólares por dia, mas o presidente do BAD vincou que os números das Nações Unidas, que mostra uma subida das pessoas com fome, de 777 milhões em 2015 para mais de 820 milhões no ano passado. Perante uma plateia de investigad­ores, líderes empresaria­is, decisores políticos e doadores, o banqueiro defendeu mais ajuda desta comunidade e lembrou o compromiss­o de investir 24 mil milhões de dólares na agricultur­a africana nos próximos 10 anos, o maior esforço de sempre. A situação na África subsariana, apontou, precisa de “intervençã­o particular­mente urgente devido às mudanças climatéric­as”, disse Akinwumi Adesina, segundo um comunicado do banco, que dá conta de um aumento de 38 milhões de pessoas com fome em África em 2050 só devido a estas alterações. Cerca de 821 milhões de pessoas no mundo passam fome, revelou a ONU, traduzindo um aumento para níveis de há dez anos que se sente mais na América do Sul e na maior parte de África, disse a FAO no relatório sobre o estado da segurança alimentar e nutrição de 2018, em que se confirma a tendência para o aumento da fome no mundo pelo terceiro ano consecutiv­o, passando de 804 milhões em 2016 para 821 mil- hões em 2017. Angola, Moçambique e Guiné-bissau estão entre os países africanos onde os choques climáticos – mas não só – foram uma das causas de crises alimentare­s em 2017, segundo a avaliação global sobre segurança alimentar e nutriciona­l (SOFI 2018), elaborada por cinco agências da ONU, incluindo a Organizaçã­o para a Alimentaçã­o e a Agricultur­a (FAO). A avaliação é pessimista, realçando que os objectivos de erradicaçã­o da fome em 2030 estão em risco, face ao cresciment­o da situação de fome, que atingiu 821 milhões de pessoas em 2017, ou seja, um em cada nove habitantes do mundo.

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PRESIDENTE DO BANCO AFRICANO DE DESENVOLVI­MENTO (BAD), AKINWUMI ADESINA

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