REESTRUTURAR A REESTRUTURAÇÃO
A pergunta é basilar: Qual é o futuro da empresa? Como reforçar a competitividade do sector petrolífero? Talvez fosse oportuno analisar publicamente o passado negro da Sonangol, e saber quem realmente afundou a empresa. Recorde-se que, em 2015, após a apresentação por Francisco Lemos, então PCA da Sonangol, do “Relatório Resgate da Eficiência Empresarial”, o Executivo angolano (João Lourenço incluído), bem como o MPLA, tomaram conhecimento da gravidade do problema da Sonangol. A Sonangol, que supostamente deveria ser a segunda maior empresa de Africa, soube-se de repente (como quase tudo em Angola) que estava falida, e incapaz de pagar a sua dívida bancária. Foi então, recorda-se presidente João Lourenço?, criada a Comissão de Reestruturação do Sector dos Petróleos. A Comissão de Reestruturação do Sector dos Petróleos criada por Decreto Presidencial 86/15 Data 26.10.2015, foi composta pelos ministros dos Petróleos, das Finanças, Governador do BNA, PCA da Sonangol e Ministro da Casa Civil da Presidência da República. Eis o texto da Acta da Reunião da Comissão do Sector dos Petróleos, realizada em Luanda, no CDI a 15 de Dezembro de 2015: Importância do projecto ter um gestor transversal no projecto dada a complexidade e abrangência do projecto; Credenciais de cada uma das empresas consultoras; Apresentação do calendário e etapas do processo – “prazo exigente; projecto começará com um diagnóstico detalhado, seguido de um desenho detalhado finalmente um plano de reestruturação detalhado.” “….Procuraremos ao longo do processo identificar quick-wins que permitam ir cristalizando poupanças de custos e de aumento de eficiências.” E, como deliberado na própria acta: “Importância do projecto ter um gestor transversal no projecto dada a complexidade e abrangência do projecto.” Foi assim, em representação do governo de Angola, assinado pelo Ministério das Finanças, um contrato de consultoria para Reestruturação do Sector dos Petróleos em Angola, com empresa Wise Consulting, na qualidade de coordenador de um alargado grupo de outros consultores. Foi solicitado pelo Executivo, que este grupo de consultores identificados desenhasse a solução, e apoiasse também na implementação da solução, devendo para tal apoiar e trabalhar com a gestão da Sonangol. Este contrato foi posteriormente cedido à empresa Matter, por razões de organização interna do grupo de consultores e a pedido destes. A Matter, foi o gestor transversal do projecto, foi a entidade coordenadora, e gestora dos diversos programas de consultoria prestados no âmbito da reestruturação da Sonangol, nomeadamente pelos consultores: Pricewatercoppers, Boston Consulting Group, ODKAS, UCALL, VDA, Mckinsey, etc., e que teve a responsabilidade de optimizar os custos, prestações e resultados da consultoria. A cessão da posição contratual, e contratação foi oficial, e com a autorização do Conselho de Administração da Sonangol, e do seu PCE, Presidente da Comissão Executiva, conforme a acta numero 7 data 23 de Maio de 2017. Apesar de tudo isto, o Governo de João Lourenço pôs em causa as decisões tomadas pelo governo angolano em 2015 e 2016e do qual fez parte, pôs em causa a presença de consultores, pôs suspeitas sobre o trabalho realizado e pagamentos feitos, negando o facto de que a Sonangol estava falida. Pôr em causa a decisão do Governo angolano (do qual João Lourenço fez parte) em querer reestruturar a Sonangol, e tentar manipular a opinião publica, para que se pense que foi a administração anterior (de Isabel dos Santos) que trouxe os consultores por falta de competência ou por interesses privados, significa querer reescrever a história, e atribuir a outros as responsabilidades da falência da Sonangol. Esta manipulação dos factos assemelha-se a um autêntico revisionismo, e só pode ter como objectivo, o regresso em força do que convém chamar como “a antiga escola” da Sonango