A PROVA DO CRIME
Oministro das Finanças de Angola, Archer Mangueira, esclareceu, em Pequim, que “parte” dos 2 mil milhões de dólares que serão financiados pelo Governo da China “servirá para a regularização da dívida com os credores chineses”. É obra. Pedir mais fiado à China para pagar dívidas aos… chineses. Em declarações à imprensa, a propósito dos acordos agora rubricados entre os governos de Angola e da China, Archer Mangueira disse com todas as letras que serão os chineses a financiar o pagamento das dívidas aos chineses. Assim não custa governar. O que custa é manter o país vivo e nas mãos dos angolanos. Quando os chineses se fartarem desta vilanagem accionarão as hipotecas, os vales de dívida, e tomarão conta do país.a linha de crédito é parte de um acordo assinado entre o Ministério das Finanças de Angola e o Banco de Desenvolvimento da China (CDB), no quadro da visita de Estado de João Lourenço, à capital da chinesa. E, no nosso caso, o Presidente da República não poderá dizer que a culpa é do governo nem das “ordens superiores” do MPLA já que, convém recordar, ele é também o Titular do Poder Executivo e Presidente do partido. Sem especificar a taxa de juros a aplicar no âmbito dessa nova linha de crédito e os termos do reembolso, Archer Mangueira fez saber que esse novo financiamento da China se destina à execução de projectos capazes de criar rendimentos para o país. Taxa de juros? Para quê especificar se, na verdade, a ideia é não pagar? Ao fim e ao cabo, trata-se não de um vasto somatório de empréstimos mas, isso sim, de uma declaração (irrevogável) de venda (à China, no caso) do país. “Será destinado para financiar projectos que possam alavancar o sector produtivo, de tal maneira que possam, a médio e longo prazo, aumentar o volume de receitas, principalmente aquelas voltadas para a exportação”, sublinhou o ministro das Finanças, declamando com ar cândido e seráfico a ladainha a que o MPLA nos habituou ao longo dos últimos 43 anos.