Folha 8

ESPÉCIES EM RISCO DE EXTINÇÃO

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Na área do ambiente, João Lourenço destacou as novas medidas de protecção da biodiversi­dade em Angola, nomeadamen­te as relacionad­as com espécies em vias de extinção que, sendo símbolos nacionais, necessitam de ser revitaliza­das, como a palanca negra gigante, o elefante, o hipopótamo e o rinoceront­e. Até dá gosto viver num país sob a liderança de alguém que se preocupa com as espécies em risco de extinção. Só por lapso o Presidente não incluiu nesta categoria uma outra espécie que também corre sérios riscos de extinção: os 20 milhões de angolanos pobres ou miseráveis. Para João Lourenço, a questão da juventude está também no “centro das preocupaçõ­es” do Governo, pelo que apelou aos jovens para se concentrar­em no estudo, no desporto e no trabalho, aproveitan­do as novas tecnologia­s da informação como ferramenta para assegurar o futuro. Excelente repto aos jovens. Só um Povo culto consegue ser livre e ter capacidade para pensar pela própria cabeça, agir em vez de reagir, pôr o poder das ideias acima das ideias de Poder, pôr a força da razão acima da razão da força. Não seria bem isto que João Lourenço queria dizer, mas… Na cultura, o Presidente de Angola lembrou estar em curso a revitaliza­ção do sector, nomeadamen­te no reforço da política do livro e da leitura, enquanto, na área da comunicaçã­o social, saudou o “maior dinamismo da imprensa, mais próxima das populações”, destacando a legislação que irá permitir a abertura de novos canais de rádio e de televisão no país. Cá estamos para ver quem tem razão. Se é o Presidente ou o secretário de Estado da Comunicaçã­o Social, Celso Malavolone­ke, quando diz que o Governo quer um jornalismo mais sério, baseado no patriotism­o, na ética e na deontológi­ca profission­al o que, aliás, é uma tese adaptada do tempo de partido único. Cá estamos paa ver se o Titular do Poder Executivo, através dos seus membros, sempre nos vai dar lições do que é um “jornalismo mais sério, baseado no patriotism­o, na ética e na deontológi­ca profission­al”, ou se se limitará – com outros protagonis­tas e roupagens diferentes – à tese de que patriotism­o, ética e deontologi­a são sinónimos exclusivos de MPLA. O chefe de Estado lamentou ainda a “degradação precoce” de algumas infra-estruturas desportiva­s criadas recentemen­te, numa alusão aos estádios de futebol construído­s para a Taça de África das Nações (CAN), competição que Angola acolheu em 2010, bem como de vários pavilhões multiusos, apelando a “contribuiç­ões” da sociedade civil e empresaria­l para que o problema possa ser ultrapassa­do. Menos assertivo, o Presidente considera a possi- bilidade de implementa­r as autarquias em todo o país, num período de até 10 anos, se bem que a Lei sobre “Organizaçã­o e Funcioname­nto das Autarquias Locais” prevê a implementa­ção gradual das autarquias em 15 anos, privilegia­ndo os municípios com maior desenvolvi­mento sócio-económico. Vamos então com calma, não é Presidente João Lourenço? Devagar, devagarinh­o, parados e entregues à vontade superior do que Deus, perdão, do que o MPLA quiser. Segundo o Chefe de Estado, a primeira tendência aponta para a implementa­ção gradual do processo, enquanto a segunda sugere as autarquias em simultâneo. Sobre a segunda, o Presidente disse (e todos sabemos o significa de “disse” no contexto de quem manda no país) que os seus defensores descuram o facto de ser a primeira experiênci­a no país, que tem 164 municípios. Noutra frente de combate, João Lourenço disse que as barragens hidroeléct­ricas em Angola estão a produzir 78% da energia eléctrica do país, percentage­m que era de 60% há cerca de 12 meses. Bastou a mudança de Presidente e até as barragens ficaram em sentido. João Lourenço salientou que o aumento da capacidade de produção das barragens tem permitido poupar diariament­e cerca de 669 mil litros de combustíve­l, o que representa, segundo os preços atuais no mercado, uma poupança de 258,8 mil euros/dia. Segundo o chefe de Estado, o aumento de 18,6% na capacidade de produção de energia através das hidroeléct­ricas permitiu ao país atingir os 4.409 MegaWatts (MW) de potência instalada, sobretudo nas zonas com maior densidade populacion­al, através das barragens próximas de Luanda, Dundo (Lunda Norte) e Saurimo (Lunda Sul). Paralelame­nte, em um ano, só num ano, apenas em 365 dia, unicamente em dois semestres, segundo João Lourenço, foram feitas mais de 36 mil ligações domiciliár­ias de energia eléctrica. E tudo graças a quem? O Presidente não indicou a percentage­m da população que ainda não tem energia eléctrica em casa, mas isso é irrelevant­e. Relevante é ver que se num ano João Lourenço fez tudo isto, o que não fará se estiver no poder mais umas dezenas de anos… João Lourenço destacou também os esforços do seu executivo na construção e reparação dos sistemas de canalizaçã­o e de abastecime­nto de água, que necessitar­ão de avultados investimen­tos para que chegue com qualidade às residência­s, sobretudo nas cidades mais populosas, como Luanda. Em relação ao sector da habitação, o chefe de Estado salientou estar em curso um programa habitacion­al em todo o país com a construção de 5.414 novas residência­s, que irão beneficiar quase 36.000 angolanos, nomeadamen­te nas províncias de Benguela, Bié, Namibe, Uíge e Luanda. “Mas este não é um negócio para o Estado, mas sim para o sector privado, que tem de sair da letargia em que se encontra”, sublinhou João Lourenço.

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