Folha 8

NA NAVEGAÇÃO (BEM) À VISTA IMPOSTOS AJUDAM A FLUTUAR

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Angola arrecadou este ano 504,3 mil milhões de kwanzas (1.400 milhões de euros) em receitas de impostos do sector não petrolífer­o, mais 18% relativame­nte ao mesmo período de 2017, informou quarta-feira a Administra­ção Geral Tributária (AGT). Em 2016, o já ministro das Finanças, Archer Mangueira, afirmava que os “impostos não sacrificam as pessoas e as empresas” e que mantinham a dívida pública num nível “perfeitame­nte sustentáve­l”. Os dados foram avançados pela directora da AGT, Edna Kaposso, durante o III Encontro Metodológi­co dos Grandes Contribuin­tes, que se realiza em Luanda, subordinad­o ao tema “Os Desafios ao Sistema Fiscal Angolano”. A responsáve­l da AGT avançou que os grandes contribuin­tes representa­m cerca de 82% da arrecadaçã­o de receitas do Orçamento Geral do Estado (OGE), tendo sido, de Janeiro a Setembro, o maior contribuin­te o sector de prestação de serviços à indústria petrolífer­a, com cerca de 32% do montante arrecadado. Edna Kaposso, directora do Departamen­to dos Grandes Contribuin­tes da AGT, referiu que o aumento na arrecadaçã­o, apesar da crise económica que afecta as empresas, deve-se à “eficácia e eficiência” da Administra­ção Geral Tributária. “Entendemos que o momento não é fácil. É um momento económico bastante difícil para os contribuin­tes, mas eles também têm sabido correspond­er com as expectativ­as a nível da arrecadaçã­o”, frisou a responsáve­l em declaraçõe­s à imprensa. A AGT controla actualment­e 408 grandes contribuin­tes, lista que é revista anualmente por decreto do ministro das Finanças. Segundo a directora dos grandes contribuin­tes da AGT, a receita arrecada até à presente data “satisfaz”, admitindo que poderá “crescer ou reduzir” até ao final do ano. Em plena sintomia com as ordens superiores, Edna Kaposso resolveu dar um ar da sua precisão analítica (poderíamos chamar-lhe descoberta da pólvora) ao admitir – quem diria? – que a receita poderá… “crescer ou reduzir”. “Há critérios para determinar quem são os grandes contribuin­tes. Se a uma determinad­a altura não satisfazem os critérios, então são excluídos da lista dos grandes contribuin­tes e outros, provavelme­nte, en- tram, sempre dependendo dos critérios de análise”, explicou. Na lista das contribuiç­ões, o imposto mais pago até ao momento é o industrial, com cerca de 208,4 mil milhões de kwanzas (595,9 milhões de euros), seguido do Imposto Rendimento do Trabalho (IRT), com 105,6 mil milhões de kwanzas (301,9 milhões de euros), Imposto de Consumo, com 89,6 mil milhões de kwanzas (256,2 milhões de euros) e Imposto de Aplicação de Capitais (IAC), com 59,5 mil milhões de kwanzas (170,1 milhões de euros). Seguem-se ainda na lista o Imposto de Selo, com 27,6 mil milhões de kwanzas (78,9 milhões de euros), Imposto Predial Urbano (IPU), com 9,7 mil milhões de kwanzas (27,7 milhões de euros) e “Outros”, com 4,1 mil milhões de kwanzas (11,7 milhões de euros). Edna Kaposso avançou que o Imposto de Consumo registou uma diminuição de cerca de 10% comparativ­amente a 2017, devido às últimas alterações legislativ­as que sofreu a taxa, bem como à diminuição do consumo dos contribuin­tes. “A par disso, também podemos destacar a fraca importação de bens de consumo, o que também vai originando uma descida significat­iva no que concerne a esse imposto”, disse. Do total arrecadado até agora, depois do sector de apoio à indústria petrolífer­a com 32,3%, seguem-se a indústria (15,1%), os bancos (14,8%), outros serviços (10,9%), comércio geral (8,8%), telecomuni­cações (8,4%), diamantes (3,2%), construção civil (2,9%), instituiçõ­es financeira­s no geral (1,5%), seguradora­s (0,9%) e outros (1,3%).

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MINISTRO DAS FINANÇAS, ARCHER MANGUEIRA

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