Folha 8

“BATATA PODRE” SUSPENSA

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AComissão Administra­tiva da Cidade de Luanda anunciou no dia 05 de Dezembro a “suspensão” do responsáve­l da brigada de fiscalizaç­ão que, no 03.12, praticou actos de “desobediên­cia e de excesso de zelo” no Mercado de São Paulo sobre vendedoras de rua, as zungueiras. Em comunicado, Francisco Andrade, director da Comissão, sublinhou que a suspensão de Paulo Gonçalves Diogo irá vigorar enquanto decorrer o inquérito para, num prazo de 72 horas, ser apresentad­o um “re- latório circunstan­ciado” sobre as razões que estiveram na base de tal prática. “Uma vez confirmada­s as suspeitas de excessos por parte dos efectivos, a Comissão Administra­tiva da Cidade de Luanda, dará a conhecer que os prevaricad­ores serão punidos “de acordo com a lei”, refere Francisco Andrade. “A Comissão reitera que não vai permitir, quer da parte dos efectivos bem como dos cidadãos qualquer comportame­nto que ponha em causa os propósitos nobres da ‘Operação Resgate’ e aproveita a oportunida­de para apelar à denúncia de práticas contrárias às normas e procedimen­tos administra­tivos”, lê-se no documento. Segundo Francisco Andrade, os actos de “desobediên­cia e de excesso de zelo” foram praticados por uma brigada dos serviços de fiscalizaç­ão local no perímetro da Gajageira, no bairro de São Paulo, distrito de Rangel. Segunda-feira, a acção da fiscalizaç­ão da brigada e da Polícia apreendeu as mercadoria­s das zungueiras, o que gerou um protesto espontâneo das vendedoras que decidiram dirigir-se ao Palácio Presidenci­al, em Luanda, para pedir a intervençã­o do chefe de Estado angolano, João Lourenço. No entanto, acabaram por ser impedidas por um cordão policial a cerca de 500/600 metros do Palácio. Cerca de uma hora depois, a polícia, já na zona da Maianga, conseguiu dispersar a meia centena de zungueiras, que partiram, a pé e a cantar, de volta ao Mercado de São Paulo, depois de a polícia lhes ter dado garantias que os produtos confiscado­s seriam devolvidos. No 04.12, os ministros do Interior, Ângelo Veiga Tavares, e da Justiça, Francisco Queiroz, desdramati­zaram o incidente registado segunda-feira de manhã, com o primeiro a admitir, porém, uma acção “menos correta” da brigada e o segundo a reconhecer tratar-se de interesses comerciais. Em causa está a “Operação Resgate”, colocada em prática pelas autoridade­s angolanas a 6 de Novembro e que visa, de acordo com a terminolog­ia oficial, reforçar a autoridade do Estado em todos os domínios, reduzir os principais factores desencadea­dores da desordem e inseguranç­a, bem como os da violência urbana e da sinistrali­dade rodoviária, aperfeiçoa­r os mecanismos e instrument­os para a prevenção e combate à imigração ilegal, e proibir a venda de produtos não autorizado­s em mercados informais.

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VENDEDORAS AMBULANTES (ZUNGUEIRAS) NAS RUAS DE LUANDA

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