GOVERNO ABORTA “GOLPE DE ESTADO” DAS ZUNGUEIRAS…
Oministro da Justiça e dos Direitos Humanos de Angola, Francisco Queiroz, rejeitou no 06.12 que a manifestação de zungueiras nas ruas de Luanda, tenha a ver com direitos humanos, mas sim com os seus interesses comerciais. Luvualu de Carvalho, João Pinto, ou qualquer outro sipaio do MPLA não diria melhor. É, aliás, uma clara demonstração de nepotismo e esclavagismo deste MPLA de João Lourenço. Francisco Queiroz, que falava à imprensa à margem do ”workshop” para a recolha de contribuições à proposta da estratégia do executivo sobre os Direitos Humanos, foi instado a comentar as manifestações que têm ocorrido nos últimos dias na capital. Cerca de meia centena de zungueiras saíram à rua, tendo sido impedidas (como nos “velhos” tem- pos em que João Lourenço era vice-presidente do MPLA e ministro da Defesa) pela Polícia, que não permitiu que chegassem ao Palácio Presidencial. Para o ministro, estas ma- nifestações “têm mais a ver com interesses comerciais de cada um”. “Não sei se têm a ver com direitos humanos, se calhar, tem mais a ver com interesses comerciais de cada um”, disse o governante angolano, acrescentando que “cada um está a defender os seus direitos comerciais”. “São interesses comerciais. O Estado tem um interesse, esse sim, é de direitos humanos, é manter a ordem e a tranquilidade”, realçou o titular da pasta da Justiça e Direitos Humanos em Angola. Em causa está a “Operação Resgate”, colocada em prática pelas autoridades angolanas a 6 de Novembro e que visa – na versão oficial – reforçar a autoridade (ou autoritarismo) do Estado em todos os domínios, reduzir os principais factores desencadeadores da desordem e insegurança, bem como os da violência urbana e da sinistralidade rodoviária, aperfeiçoar os
mecanismos e instrumentos para a prevenção e combate à imigração ilegal, e proibir a venda de produtos não autorizados em mercados informais. No 03.12, aparentemente de forma espontânea, cerca de 50 zungueiras, todas oriundas do Mercado de São Paulo, em Luanda, surpreenderam as autoridades locais que só conseguiram pará-las a poucas centenas de metros do Palácio Presidencial, sem que se tenham registado quaisquer incidentes. Recorde-se que manifestações junto ao Palácio é só naqueles países do terceiro mundo onde vigoram regimes democráticos… Cerca de uma hora depois, a Polícia, já na zona da Maianga, conseguiu dispersar a meia centena de zungueiras, que partiram, a pé e a cantar: “João Lourenço se preparaaa, as zun- gueiras, estão a virrrrr” e, antes do vento fazer a curva, estas mulheres/pais, suporte de várias famílias, antes mesmo de dois anos, adiantando-se a própria igreja católica, canonizam José Eduardo dos Santos, considerado o diabo, o vilão, o maior corrupto, pela actual direcção do MPLA e executivo, mas, face ao combate contra os pobres, através da “Operação Resgate”, num de repente, o monstro é visto, face aos erros actuais, como salvador, pelas mulheres sofridas, diariamente ROUBADAS, pelos agentes da Fiscalização, um órgão visto, pela maioria dos populares, como a maior quadrilha institucional de LADRÕES e esturpadores, com cobertura no aparelho do Estado. Daí terem, paradoxalmente, cantado (vídeo circula nas redes sociais): “que- remos ZEDÚ, queremos Zédu, João Lourenço fora, João Lourenço fora “e foi com estas melodias, que rasgaram, de novo a cidade, da baixa ao Mercado de São Paulo, depois de a Polícia lhes ter dado garantias de que os produtos confiscados seriam devolvidos. Clamorosa MENTIRA, porquanto não tendo a mercadoria sido registada, quantificada e nominada, só com um toque de muito feitiço, se efectivaria, eventual entrega, porquanto ela foi atirada para as carroçarias de carrinhas e tambores. Mas, a Polícia agiu bem, diz o Governo, porque nunca se sabe se as zungueiras estarão a preparar um golpe… de Estado. Claro, quando se trata de espancar, assassinar ou discriminar os pobres, os fracos, os deserdados, a Polícia age, na óptica, do partido no poder, sempre bem...
Não sei se têm a ver com direitos humanos, se calhar, tem mais a ver com interesses comerciais de cada um”, disse o governante angolano