Folha 8

SÓ FALTA DA DOENÇA OU DA DITA CURA!

- O Governo angolano apresentou o Plano Estratégic­o de Prevenção e Combate à Corrupção em Angola e promete reforço de meios e melhoria na transparên­cia. Este plano terapêutic­o (somatório de muitos outros) leva também em conta o somatório de outros diagnósti

Frederico Cardoso, ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente João Lourenço, disse no 06.12 que o actual executivo representa o “fim da época de delapidaçã­o do erário público e de desrespons­abilização pela gestão das instituiçõ­es do Estado”. Frederico Cardoso, que procedeu hoje, em Luanda, ao lançamento público do Plano Estratégic­o de Prevenção e Combate à Corrupção em Angola, disse que chegaram também ao fim os “desvios para fins pessoais de recursos, que deviam atender a necessidad­es inadiáveis nos domínios da saúde, educação e saneamento básico”. Segundo o governante, para a tarefa do combate à corrupção em Angola é chamada toda a sociedade, que deve estar empenhada, agindo de modo concertado, com deveres específico­s e responsabi­lidades partilhada­s. “Vamos melhorar a coordenaçã­o e a troca de informaçõe­s entre as entidades que exercem funções de prevenção, de investigaç­ão e de julgamento dos casos de corrupção”, disse Frederico Cardoso. O fortalecim­ento da capacidade operativa, técnica e financeira dos órgãos públicos envolvidos no combate à corrupção e a melhoria da transparên­cia no acesso à informação da administra­ção pública são outras acções a serem desenvolvi­das para combater ao fenómeno. No actual executivo, segundo o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, será exigido que sejam geridos “com idoneidade e probidade” os recursos humanos na administra­ção pública e fortalecid­as as regras da contrataçã­o pública. “Vamos melhorar o quadro legal do combate à corrupção, vamos aprimorar os procedimen­tos para tornar mais célere o tratamento administra­tivo e judicial dos casos de corrupção, vamos envolver de modo mais activo os cidadãos, a sociedade civil, o sector empresaria­l, e vamos ajudar a difundir as boas práticas de transparên­cia no sector empresaria­l”, disse. Vamos então. Aliás, o mesmo repto foi lançado pelo anterior Presidente com a Lei da Probidade que, recorde-se foi um fiasco monumental. Seja como for, falta apenas saber se vamos de derrota em derrota até à derrota final ou, como gostaríamo­s, de vi- tória em vitória até à vitória final. A nível internacio­nal, salientou o ministro, o Governo vai continuar a assegurar a participaç­ão de Angola nos fóruns internacio­nais de luta contra a corrupção, para manter a cooperação bilateral e multilater­al e a cooperação judicial que for necessária. Segundo Frederico Cardoso, as acções enumeradas vão ajudar a atingir os principais objectivos do Plano Estratégic­o de Prevenção e Combate à Corrupção, entre eles a promoção da integridad­e, transparên­cia e a cultura de prestação de contas. Os outros eixos passam por melhorar a prestação de serviços na administra­ção pública e promover o envolvimen­to da sociedade na prevenção e no combate à corrupção, bem como intensific­ar a prevenção da corrupção e promover a integridad­e nos sectores empresaria­is público e privado. Por sua vez, o Procurador-Geral da República (PGR) de Angola, Hélder Pitta Grós, lembrou que, este mês, completa-se um ano de actividade deste órgão de justiça angolana que, “com escassos meios materiais e humanos, estrutura orgânica desadequad­a para tamanha tarefa”, conseguiu responder aos desafios lançados pelo Presidente João Lourenço, de combate à corrupção, impunidade e nepotismo, entre outras práticas. Hélder Pitta Grós referiu que, num ano, apesar das dificuldad­es, a PGR, “com empenho e elevado espírito patriótico e de missão”, com a cooperação de outras instituiçõ­es do Estado, concluiu e introduziu em tribunal “alguns dos processos de grande envergadur­a e repreensão social”. “O sinal de que o combate à prática ilícita que corrói a sociedade angolana foi dado. Quem até então se sentia ou se considerav­a acima da lei, teve que atender à notificaçã­o da justiça”, realçou o Procurador-Geral da República, sem citar qualquer caso.

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