PERSEGUIÇÃO POLÍTICA
As motivações da perseguição e da atávica vontade de pôr William Tonet a rastejar diante dos seus pés (antes de Dos Santos e hoje de João Lourenço), não lembra ao diabo, por abjecta, mas fica evidente um temor injustificado e também por isso irracional sobre a qualificação académica que ostenta. Se o inverso fosse verdadeiro, nunca nos passaria pela cabeça anular o diploma em engenharia de José Eduardo dos Santos, mesmo não tendo demonstrado, ao longo dos anos, qualificação académica justificativa. Basta lembrar, que as primeiras suspeições, foram levantadas por Agostinho Neto, ao nunca cogitar o seu nome para a DNP (Direcção Nacional dos Petróleos – criada pelo Dec. ºn.º66/77 de 3 de Setembro) e do Ministério dos Petróleos (criado pela Lei n.º15/78 de 26 de Agosto), que teve à frente como primeiro ministro dos Petróleos de Angola, Jorge Augusto de Castro e Silva de Morais “Monty”. Tão pouco, obviamente, faria essa monstruosidade aos filhos, que tal como o pai, decidiram, todos, legitimamente, andar em sentido contrário as respectivas formações académicas. Por tudo isso, a culpa não foi só do ministro do Ensino Superior, que assumirá a responsabilidade de uma volumosa indemnização, em função do processo judicial, intentado pela universidade americana, através da divisão Latina, mas, vergonhosamente, de José Eduardo dos Santos, através de uma maldade descomunal, só faltando o assassinato… Pois. Mas há mais de um ano que José Eduardo dos Santos deixou de ser a mais alta autoridade (partidária, política, judicial, governativa, militar etc.) do país. E ordem para ressuscitar o processo 647/12 foi dada já na vigência do novo Presidente e, no caso, do novo Procurador-geral da República. Felizmen- te, com a fé inabalável em Deus, William Tonet não claudicou ante a voracidade do líder de um regime que parecia gostar das semelhanças com os cleptocráticos, dando muitas vezes a entender com os seus exemplos que até os idolatra. O roubo ou a retirada administrativa do “papel diploma”, apenas impediu William Tonet de funcionar, com regularidade, na vigência do regime, mas o verdadeiro diploma, que não conseguem roubar, nem tirar, repousa na sua mente e pode pelo mundo, como é o caso da Argentina, ver o seu reconhecimento. Na UBA (Universidade de Buenos Aires) foram formados 15 presidentes da República e 5 prémios Nobel (todos os países juntos da América Latina, têm 3) e, em 2015, William Tonet foi um dos três alunos (o primeiro preto) dos mais de três mil doutorandos a entrar no quadro de honra, desta reputada instituição académica. Será coincidência que o processo tenha sido reaberto agora na vigência de João Lourenço? William Tonet apresentou documentos como diploma a confirmar que frequentou o mestrado de direito na American World University, assim como o certificado de frequência do curso de pós-graduação em direito na University de Castilla-la Mancha, isto em 19 de Janeiro de 2010, em Espanha. Curiosamente, também apresentou uma declaração provisória nº 1113 de 2010, da Universidade Agostinho Neto que tem (teve ou tinha) convénio com a American World University. A referida declaração, assinada pelo Director Jesus Tomé, reza que, aos 27 de Abril de 2001, o Sr. William Afonso Tonet, apresentou-se naquela Direcção para efeitos de emissão de uma Declaração de Reconhecimento de Estudo (Mestrado em Direito. Opção de Direito Internacional) efectuados na American World University, EUA. Na mesma declaração lê-se no seu segundo parágrafo que a mesma não substitui a Declaração definitiva de Reconhecimento de Estudo e só é válida anexada ao diploma e que, por este facto, aguardava que o requerente apresentasse o diploma. Todavia, ao contrário do que também disse Adão Adriano, William Tonet dispõe de uma declaração do Centro de Estudo e Formação da OAA, datada de 27 de Novembro de 2010, assinado por Domingos José Pedro, Administrador do Centro, onde se lê, igualmente, que a Ordem dos Advogados de Angola reconhece que William Afonso Tonet, frequentou e concluiu com êxito o 2º curso de advogados estagiários. No segundo parágrafo a mesma reza que tal declaração serve para obtenção da cédula definitiva que reza pelo número 1056.
, O roubo ou a retirada administrativa do “papel diploma”, apenas impediu William Tonet de funcionar, com regularidade, na vigência do regime, mas o verdadeiro diploma, que não conseguem roubar, nem tirar, repousa na sua mente