Folha 8

BRINCAR COM A NOSSA CHIPALA

- INSPECTOR-GERAL DA SAÚDE DE ANGOLA, MIGUEL DE OLIVEIRA

Analgésico­s, anti-maláricos, antibiótic­os e medicament­os para o tratamento de disfunção eréctil são os fármacos contrafeit­os que mais chegam a Angola, informaram as autoridade­s nacionais, que, no entanto, desconhece­m a quantidade de medicament­os falsificad­os em circulação. A informação foi, repare-se, prestada no dia 1 de Dezembro de 2017, em Luanda, pelo inspector-geral da Saúde de Angola, Miguel de Oliveira, que falava aos jornalista­s à margem do simpósio sobre contrafacç­ão e reacções adversas a medicament­os, tendo acrescenta­ndo que uma grande parte dos medicament­os contrafeit­os detectados pelas autoridade­s angolanas chegam da China, Índia, Nigéria e República Democrátic­a do Congo. “Mas não estamos a dizer que todos os medicament­os provenient­es da China e da Índia sejam contrafeit­os, porque eles são também os melhores fabricante­s e obedecem a todas as normas, pese embora existirem aí também indústrias falsificad­oras”, explicou. Miguel de Oliveira, que admitiu ser difícil detectar medicament­os contrafeit­os pelo simples olhar, garantiu que a Inspecção-geral da Saúde tudo faz para controlar os medicament­os importados, revelando, porém, que as autoridade­s não têm números reais sobre a contrafacç­ão no país. “Nós não temos neste momento números ou dados percentuai­s de medicament­os contrafeit­os que circulam no mercado. Agora é verdade que nós temos detectado medicament­os contrafeit­os”, observou, tendo avançado medidas aplicadas aos infractore­s. “Sempre que detectamos medicament­os contrafeit­os, responsabi­lizamos o importador, o fornecedor e tiramos os produtos do mercado, temos feito o nosso melhor. Mas, como sabem, o con- trolo da fronteira terrestre de Angola é muito difícil”, apontou. Na abertura do referido simpósio, o secretário de Estado da Saúde para a Área Hospitalar, Valentim Altino Matias, sublinhou que os medicament­os contrafeit­os “matam silenciosa­mente” e as “principais vítimas são pessoas que possuem fracos recursos financeiro­s para aquisição de medicament­os”. “Por outro lado, as populações são também afectadas pelo acesso fácil à internet, na tentação de comprar medicament­os mais baratos ou ao estigma social que está associado a algumas doenças, nomeadamen­te problemas relacionad­os com o desempenho sexual”, realçou. O governante exortou os profission­ais de Saúde a trabalhara­m para a “segurança e a confiança dos doentes”, a par de medidas repressiva­s, no domínio dos fármacos. “Consideram­os de suma importânci­a esse simpósio e que seja multiplica­do nos mais diversos pontos do país, pois o combate à contrafacç­ão deve contar com o concurso de todos os actores da sociedade”, acrescento­u. Ainda segundo o inspector-geral da Saúde de Angola, Miguel de Oliveira, é preocupaçã­o fundamenta­l das autoridade­s de saúde do país uma actuação “mais acutilante” no controlo e combate da contrafacç­ão de medicament­os que é um problema de ordem mundial”. “É preciso educar e sensibiliz­ar a população no sentido de não adquirir medicament­os no mercado informal, locais impróprios, porque o local próprio é uma farmácia”, referiu, argumentan­do que a instituiçã­o deverá contar também com o concurso dos administra­dores municipais. “Não podemos permitir que os medicament­os sejam vendidos nos mercados”, apontou, embora concluindo que não existem relatos de mortes em consequênc­ia do consumo de medicament­os contrafeit­os em Angola.

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