UM COMBATE EM TODO O MUNDO
Entre 12 e 19 de Setembro de 2017, 123 países estiveram envolvidos na operação internacional «Pangea X», dedicada ao combate aos medicamentos falsificados e ao alerta para os perigos associados à compra destes medicamentos através da internet. A acção culminou com a detenção de cerca de 400 indivíduos e a apreensão, em todo o mundo, de mais de 25 milhões de unidades de medicamentos falsificados, potencialmente letais, e com um valor estimado de 51 milhões de dólares (cerca de 42,6 milhões de euros). A Operação «Pangea X» contou com a participação de agências de polícia, das alfândegas e das autoridades reguladoras de saúde. Parceiros privados e empresas de pagamento via internet também apoiaram a operação. De acordo com o INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, IP (Portugal), desta acção resultaram 1058 investigações, tendo sido suspensos mais de três mil anúncios de produtos farmacêuticos ilícitos através de plataformas de redes sociais e encerrados 3584 websites. Entre os medicamentos contrafeitos e ilegais, destacaram-se os suplementos dietéticos, medicamentos para a dor, epilepsia e disfunção eréctil, antipsicóticos e produtos na área da nutrição. Em 2017 a operação focou-se também na venda ilícita de opióides (medicamentos para a dor) e, em particular, na substância fentanyl, que é um narcótico poderoso que tem sido associado a milhares de overdoses e mortes em todo o mundo nos últimos anos, na sequência de vendas ilícitas. Após esta operação foram fechados inúmeros sites de venda exclusi- va deste medicamento. Além destas áreas, a operação focou-se na venda de dispositivos médicos ilícitos, como aparelhos e implantes dentários, seringas, preservativos, tiras-teste de uso clínico e equipamentos cirúrgicos. Foram recuperados dispositivos ilícitos no valor de meio milhão de dólares (418 mil euros). Além das intervenções no terreno, incluindo a apreensão de 1,2 toneladas de comprimidos para a disfunção eréctil no Vietname, a operação também teve como alvo algumas das principais áreas exploradas pelo cri- me organizado no tráfico ilegal de medicamentos e dispositivos médicos online, como o registo de domínios ilegais, serviços de pagamento electrónico e sistemas e serviços de entrega postal. A operação foi coordenada pela Interpol – International Criminal Police Organization, em conjunto com a Organização Mundial das Alfândegas (OMA), o Permanent Forum of International Pharmaceutical Crime (PFIPC) e o Heads of Medicines Agencies Working Group of Enforcement Officers (WGEO).