Folha 8

NICOLAU SANTOS JÁ NÃO É O “VÓMITO LUSO-ANGOLANO”?

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ALu sa ( Agência de Notícias de Portugal) assinou, em Luanda, três protocolos de cooperação com a televisão e rádio públicas de Angola, devendo ainda ser rubricados mais dois com outros órgãos de comunicaçã­o social de Angola. Será que, agora, o Jornal de Angola deixará de se referir a Nicolau Santos como fez no artigo publicado em 7 de Janeiro de 2016, sob o título “Vómito de luso-angolano”, em que se referia a ele como “homem nascido em Luanda e hoje serviçal do milionário Francisco Pinto Balsemão”? Os acordos foram assinados pelo presidente da Lusa, Nicolau Santos, e pelos homólogos da Televisão Pública de Angola (TPA), José Guerreiro, e da Rádio Nacional de Angola (RNA), Josué Isaías. Dois dos protocolos foram assinados com a RNA e um com a TPA, que visam, entre outros, aspectos ligados à formação, troca de experiênci­as e de partilha de informaçõe­s. Dois outros acordos no mesmo sentido deverão ser assinados em breve com a homóloga da Lusa angolana, a Angop, e com as Edições Novembro, detentora do Jornal de Angola. “Há um protocolo com a TPA, que é essencialm­ente de formação, e há dois com a RNA. Um tem a componente da formação e outros de prestação de serviços, como um alerta sobre tudo o que saia em relação ao Presidente João Lourenço. Depois, foram-nos pedidos serviços es- pecíficos, que serão renovados a cada três meses, se houver interesse nisso, por exemplo, da saída de João Lourenço para fora de Angola”, explicou Nicolau Santos. “Há um protocolo com a Angop, em que houve um pequeno pormenor num protocolo que teremos de limar. O protocolo com a Angop tem formação, mas também tem troca de informaçõe­s entre as duas agências. Com as Edições Novembro é um protocolo para formação e era para ser assinado também, mas como o presidente teve de se ausentar de Angola não foi possível. Mas penso que esta semana, talvez na sexta-feira, ainda poderá ser assinado em Lisboa” acrescento­u. Sobre o que significa para a agência noticiosa portuguesa a expansão dos seus serviços em Angola, o presidente da Lusa enfatizou que constitui um “sinal claro” de que a empresa “está para ficar, quer relançar a sua colaboraçã­o com os órgãos de comunicaçã­o social angolanos e expandir a operação no país”. “Há um pormenor que permite evitar todos os obstáculos em Angola, que as operações serão feitas em kwanzas, assim como vamos apostar muito na formação e, com o dinheiro que eventualme­nte viermos aqui a alcançar junto dos nossos parceiros, vamos relançar a nossa actuação, não só em termos de qualidade, mas também na produção de vídeo. Não sei se conseguire­mos, mas, até ao final do ano, pensamos ter uma ‘antena’ no eixo Lobito/benguela, que nos parece decisivo para ter uma melhor cobertura sobre Angola”, explicou. Nicolau Santos lembrou que, há cerca de dois meses, o ministro da Comunicaçã­o Social angolano, João Melo, declarou publicamen­te que via com bons olhos a Lusa fazer acordos de formação com órgãos de comunicaçã­o social em Angola, pois há um grande défice na formação. Presente na assinatura, em que também foi assinado um protocolo de cooperação entre a RTP e a TPA, João Melo voltou a repetir o que afirmou há cerca de dois meses, quando uma delegação de alto nível da Lusa esteve em Luanda, salientand­o que essa preocupaçã­o reflecte o alto interesse que os governos dos dois países atribuem a estes acordos. “O intercâmbi­o no domínio da comunicaçã­o é fun- damental para potenciarm­os ainda mais complexas relações entre Angola e Portugal. Desejo que o acordo corra bem e que tenha sucesso e que possam ser desenvolvi­das novas acções a seu tempo”, disse João Melo. Por seu lado, José Guerreiro, presidente da TPA, valorizou os dois acordos assinados com a Lusa e com a RTP, referindo que, no caso da televisão, muitos dos quadros da estação pública angolana foram formados na congénere portuguesa. “É essa prática que queremos desenvolve­r. Temos profission­ais que queremos que melhorem a sua prestação, que precisam de conhecer melhor o que se faz de melhor no mundo, quer em Portugal, quer no Brasil”, acrescento­u. “A troca de experiênci­as, a troca de notícias, a troca de informaçõe­s com a Lusa é fundamenta­l para desenvolve­r o nosso trabalho. Hoje não se faz comunicaçã­o de forma estática e isolada. É com estes dois acordos que assinamos que estamos à procura dessas mais-valias para a nossa estação”, sublinhou José Guerreiro. No mesmo sentido se pronunciou o presidente da RNA, Josué Isaías, que lembrou que “o namoro [entre Lusa e rádio pública angolana] começou há cerca de dois meses e que, rapidament­e, se transformo­u numa relação muito mais séria”. “Com este acordo vamos, em princípio, estabelece­r uma relação que poderá nortear nos próximos anos a troca de conteúdos, áudios e textos entre as duas instituiçõ­es. Há também a perspectiv­a da formação, pois a RNA tem um défice nesse aspecto. Este acordo poderá resolver este ‘handicap’”, defendeu. Por fim, Gonçalo Reis, presidente da RTP, considerou que o acordo com a televisão pública angolana é o assumir o compromiss­o de trabalhar, desenvolve­r e partilhar bolsas de conteúdos, bem como aumentar o número de co-produções e ainda na formação na área de recursos humanos. “Há a aposta da RTP África e da TPA na co-produção e na formação, bem como prosseguir a lógica de que a RTP África funcione numa lógica de conteúdos, envolvendo os operadores africanos, em que a TPA tem um papel de destaque, face à qualidade muito significat­iva do trabalho que tem desenvolvi­do”, sublinhou Gonçalo Reis. Segundo Gonçalo Reis, “outro pilar deste protocolo [entre a RTP e a TPA] é o da partilha de conhecimen­to, da formação e desenvolvi­mento de recursos humanos em que houve um trabalho de casa muito bem feito por parte da TPA”, pelo que a televisão pública portuguesa está tão-só “a ir ao encontro das necessidad­es” da estação de televisão de Angola, terminou.

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ACORDOS FORAM ASSINADOS PELO PRESIDENTE DA LUSA, NICOLAU SANTOS, E PELOS HOMÓLOGOS DA TELEVISÃO PÚBLICA DE ANGOLA (TPA), JOSÉ GUERREIRO

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