Folha 8

É PRECISO RESGATAR ( PÔR FIM) ESTA “OPERAÇÃO RESGATE”

- ‘OPERAÇÃO RESGATE TEXTO DE ORLANDO CASTRO

Pelo menos 17 elementos entre efectivos da polícia e agentes da fiscalizaç­ão de Angola foram detidos e encaminhad­os a tribunal por “tentativa de extorsão, conduta indecorosa e descaminho de bens” no âmbito da “Operação Resgate”, foi hoje anunciado, em Luanda. Marimbondo­s proliferam e, ao que parece não há dinheiro para comprar… insecticid­as.

Numa conferênci­a de imprensa destinada a fazer um balanço daquela operação, que decorre há mais de um mês em todo o país, o porta-voz da Polícia Nacional, comissário Orlando Bernardo, indicou que os casos foram maioritari­amente denunciado­s por cidadãos lesados. Dos elementos já sob custódia da polícia, explicou, cinco elementos vão a julgamento por descaminho de bens, quatro por conduta indecorosa, três por embriaguez, quatro por negligênci­a e um por ameaça. Quando se começa a construir a casa pelo telhado o resultado é este. Não teria sido mais aconselháv­el limpar primeiro a casa e só depois ir limpar a casa do vizinho? É uma vergonha. Só não é uma enorme vergonha porque, com excepção do Governo, todos sabiam que isso iria acon- tecer. Pena é que a responsabi­lização não comece de cima para baixo. A operação, iniciada a 6 de Novembro, decorre por entre protestos da sociedade civil e já deu origem a algumas manifestaç­ões, sobretudo de zungueiras, devido aos excessos das autoridade­s. A Polícia informou igualmente que deteve um efectivo da corporação que, na última semana, “disparou mortalment­e” contra uma adolescent­e de 13 anos, em Luanda, adiantando que o agente em causa foi submetido a um processo “disciplina­r e criminal”, por ser um crime de homicídio voluntário, ocorrido fora do âmbito da “Operação Resgate”. Nesse domínio, acrescento­u o oficial superior, 40 vendedores ambulantes foram julgados e condenados em tribunal a penas de prisão, convertida­s em multa, por desobediên­cia às autoridade­s policiais. Segundo Orlando Bernar- do, ao longo dos mais de 30 dias da operação, destinada a “resgatar a autoridade” do Estado e que deverá decorrer por “tempo indetermin­ado”, foram detidos 4.735 cidadãos, encerrados 1.208 mercados de rua, 1.735 estabeleci­mentos comerciais e 1.606 igrejas ilegais. Foram ainda desmantela­dos pelo menos 18 grupos de marginais, recuperada­s 23 viaturas e cinco toneladas de acessórios de automóveis.

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