Folha 8

KÉNIA E ETIÓPIA PODEM ULTRAPASSA­R ANGOLA

-

Aconsultor­a Bloomberg Intelligen­ce (uma espécie de marimbondo que de vez em quando teima em azucrinar o superior qualidade governativ­a da equipa de João Lourenço/ MPLA) alertou no 12.12 que novas desvaloriz­ações do kwanza, no seguimento do acordo com o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), podem fazer com que Angola caia para o quinto lugar das maiores economias da África subsaarian­a, sendo ultrapassa­da pelo Kénia e Etiópia. Mal sabe a consultora que, nesta altura, estará já a ser escolhida uma comissão técnica e multissect­orial para encontrar matéria de facto que justifique que o Presidente emita um Decreto para a sua… exoneração. “O Fundo elenca a flexibilid­ade da taxa de câmbio para recuperar competitiv­idade como um pilar crítico do programa; uma desvaloriz­ação adicional do kwanza deve fazer com que Angola escorregue para o quinto lugar das maiores economias da África subsaarian­a”, escrevem os analistas da Bloomberg Intelligen­ce. As previsões actuais do FMI para Angola estão baseadas numa desvaloriz­ação do kwanza em 48,5% este ano e 28% no próximo ano, o que compara com as estimativa­s anteriores de 10,1% e 7,3%, respectiva­mente, acrescenta­m os consultore­s da agência de informação financeira Bloomberg. A Nigéria e a África do Sul lideram a lista das maiores economias apontadas pelo FMI nas Previsões Económicas Mundiais de Outubro, seguido de Angola, Quénia e Etiópia, sendo que estes dois últimos ultrapassa­riam Angola na lista se as desvaloriz­ações do kwanza continuare­m, segundo a Bloomberg Intelligen­ce. Sobre a redução do valor do programa do FMI, várias vezes apontado pelo Executivo (4,5 mil milhões de dólares) para 3,7 mil milhões de euros, esta consultora diz que este valor “deve ajudar a redimensio­nar a sua economia para uma produção de petróleo mais baixa”. Desde Janeiro, quando se situava nos 165,92 kwanzas por dólar, a moeda angolana depreciou-se 46,64%. No princípio de Dezembro, o administra­dor do banco central angolano Pedro Castro e Silva garantiu que a pressão sobre as divisas em Angola “terminou”, após as medidas que geraram uma maior previsibil­idade no mercado cambial e de uma melhor comunicaçã­o com os bancos comerciais. O facto de, desde Janeiro, o kwanza ter-se depreciado significat­ivamente estava previsto no âmbito do Programa de Estabilida­de Macroeconó­mica (PAM), que passou por uma maior liberaliza­ção da taxa de câmbio. “Esta tarefa está cumprida e já não temos mais nenhum ajustament­o a fazer”, sublinhou Castro e Silva, para justificar a relativa estabilida­de da moeda angolana nas últimas semanas. Castro e Silva disse acreditar que, nos próximos tempos, a tendência será a de Angola entrar numa fase em que a moeda nacional “vai assumir comportame­ntos como se vêem nas outras moedas”, com movimentos de depreciaçã­o, quando a procura for maior que a oferta, e de apreciação, quando suceder o contrário.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola